A Sala Apolo, em Barcelona, vai receber um espectáculo para 1.000 pessoas, mas sem distanciamento social

Não há um único país do mundo em que donos de salas de espectáculos e promotores de concertos não se revelem compreensivelmente preocupados com a situação actual da música ao vivo. Numa altura em que o promotor de um festical como o HELLFEST vem a público lançar dúvidas sobre a realização do evento em 2021, há muitas soluções a serem propostas. A mais interessante de todas, passa pela sala Apolo, na Catalunha. Este famoso espaço anunciou para dentro de dias a realização de um evento com lotação para cerca de mil pessoas. A sala de Barcelona, vai fazer uma experiência piloto em conjunto com o Hospital de Can Ruti e a organização do Primavera Sound.

Neste concerto, não haverá distanciamento social, mas realizar-se-ão testes rápidos, com resultados em 15 minutos. Tudo isto foi anunciado por Lluís Torrents, presidente da Associació de Sales de Concerts de Catalunya, em declarações a uma rádio catalã. A distância social será compensada pelos testes, uso obrigatório de máscara, uso de gel e consumo de apenas uma bebida por pessoa. No final, será feita uma avaliação, monitorizando-se o público para perceber se ocorreu algum tipo de contaminação. Esta proposta destina-se a reactivar a economia e manter activas as salas de concertos, numa altura em que todos já perceberam que a pandemia ainda se prolongará por vários meses.

Noutro campo, o dos grandes festivais, há eventos como o Green Man festival, que planeiam usar medidas de controlo como medição de temperatura a cada um dos participantes, por exemplo. Mais polémica, parece ser uma medida de que se começa a falar, a qual consiste no uso de pulseiras interactivas que poderão vibrar caso as pessoas se aproximem em demasia. Gordon Masson, editor da IQ magazine, considera mesmo que, os grandes festivais, ao serem similares a pequenas cidades, podem mesmo ser um balão de ensaio para governos testarem medidas e procedimentos a usar posteriormente. Eventualmente uma visão demasiado orwelliana e que chocará com o espírito comum aos frequentadores de festivais de rock. Resta torcer para que a solução catalã seja bem-sucedida, pelo bem de uma indústria fortemente atingida.