Em 2011, os leitores da revista Total Guitar elegeram ALEXI LAIHO como o maior guitarrista de todos os tempos, à frente de Tom Morello, dos RAGE AGAINST THE MACHINE, e até da lenda “Dimebag” Darrell. Embora o finlandês, que infelizmente morreu aos 41 anos, não fosse tão conhecido quanto outros dos seus pares fora dos círculos do metal, a votação chegou para provar o seu reconhecimento entre os aficionados e a influência duradoura da sua banda, sem dúvida a maior proposta de metal finlandesa da sua época. Goste-se muito ou pouco do que faziam, a verdade é que, com Laiho como alicerce, os CHILDREN OF BODOM eram um turbilhão musical imparável. Quem o conheceu sabe que era um daqueles pequenos demónios brincalhões, sempre pronto a fazer asneira e a beber tudo o que lhe punham à frente, amigo do seu amigo, sempre disposto a ajudar — sem suma, tipicamente finlandês. E prodigiosamente talentoso, também.
O músico fundou a sua primeira banda, os INEARTHED, quando tinha apenas 13 anos, e começou a trabalhar na estreia dos CHILDREN Of BODOM, o muito aplaudido «Something Wild», quando tinha 17, estabelecendo-se com rapidez como um guitarrista temível. Numa época em que tanto o grunge como o nu-metal tinham sufocado a ideia do virtuoso herói da guitarra, os seus solos sempre mostraram uma raça rara. Além disso, a sua arrogância juvenil deu ao seu jeito de tocar uma personalidade vincada a combinar com sua habilidade técnica, e Alexi provou ser altamente influente em toda uma nova geração de guitarristas. Os primeiros quatro álbuns dos CHILDREN OF BODOM — o supra citado «Something Wild», «Hatebreeder», «Follow The Reaper» e «Hate Crew Deathroll» — tornaram a banda enorme em toda a Europa, e após o sucesso deste último, acabaram por elevar o seu estatuto no Reino Unido e nos Estados Unidos, transformando-os num fenómeno à escala global. Por essa altura, na Finlândia, a sua terra natal, há muito que o seu contagiante equilíbrio perfeito entre agressão, melodia, virtuosismo e refrões orelhudos os tinham tornado líderes das tabelas de vendas. Mesmo assim, neste período, ainda encontrou tempo para criar os SINERGY, com quem fez três álbuns de metal electrizante, e para tocar com os conterrâneos IMPALED NAZARENE, com os quais gravou um só disco, «Nihil», em 2000.
Parece incrível, mas a passagem mais recente dos CHILDREN OF BODOM por Portugal já aconteceu há quase uma década. Corria então o ano de 2013, quando o quinteto a protagonizou dois concertos electrizantes no Paradise Garage, em Lisboa, e no Hard Club, no Porto. Na altura ninguém o sabia, mas infelizmente esses foram mesmo os últimos concertos que deram por cá, uma vez que não mais regressaram a solo luso até, em Dezembro de 2019, terem anunciado que a banda tinha acabado e Alexi continuaria a sua carreira sob uma designação diferente, BODOM AFTER MIDNIGHT. E sim, as suas últimas gravações foram lançadas postumamente, mas não há como não sentir um travo amargo na boca por sabermos que nunca o veremos tocar essas canções, com o pé no monitor e a guitarra Flying-V apoiada nos joelhos, enquanto “saca” mais um daqueles solos arrepiantes.
Talvez por isso, em Setembro do ano passado, a ESP Guitars anunciou novos modelos com a assinatura do falecido guitarrista. Como a ROMA INVERSA explicou aqui, os modelos ‘Alexi Ripped’ e ‘Alexi Hexed’ chegaram em versões LTD e ESP Custom Shop; o primeiro também numa versão E-II. As guitarras começaram a ser desenvolvidas com a contribuição de Laiho mais de um ano antes da sua morte. “Ele estava muito entusiasmado com os novos modelos”, referiu em comunicado Tony Rauser, o Director of Artist Relations da ESP. Estas guitarras são os primeiros novos modelos na série de assinaturas do guitarrista desde 2013. A ‘Alexi Ripped’ é o primeiro dos modelos com assinatura do guitarrista a apresentar mais do que um pickup, com um humbucker EMG HZ F-H2 na ponte e um single-coil EMG HZ S2 no braço. A guitarra tem um design neck-through com corpo em alder e braço (de perfil U) em maple. A escala é de ébano e é escalpada entre o 19º e o 24º traste.
As versões de E-II e ESP Custom Shop têm em grande parte as mesmas características, embora esta última seja construída artesanalmente. Há locking tuners Gotoh, fstrap locks ESP, uma ponte Floyd Rose Original e um switch ESP MM-04 com boost para o circuito activo. Entretanto, a versão LTD possui afinadores Grover, ponte Floyd Rose 1000 e um switch de três vias. É construída na fábrica da ESP no Japão em torno de um único EMG HZ F-H2 (humbucker passivo). Diz a marca que o modelo ‘Alexi Hexed’ proporciona “uma excelente presença e clareza com uma resposta incisiva”. Este modelo também tem corpo em alder, um braço maple (de três peças) e escala em ébano parcialmente escalopada. A versão LTD possui afinadores Grover e ponte Floyd Rose 1000 double locking, enquanto que a versão ESP Custom Shop tem afinadores de bloqueio Gotoh, strap locks ESP, ponte Floyd Rose Original e também o switch ESP MM-04 com boost para o circuito activo. Mais detalhes na ESP.