ALICE IN CHAINS: 5 canções que definiram LAYNE STALEY

LAYNE STALEY, o vocalista dos ALICE IN CHAINS, faleceu a 5 de Abril de 2002, a braços com uma longa — e fatal, como se viu — luta com a dependência de heroína. Numa coincidência quase profética, o enigmático Kurt Cobain, o líder dos NIRVANA, tinha-se suicidado exactamente na mesma data, mas em 1994. Infelizmente, enquanto estes últimos ainda são vistos como ícones do rock alternativo dos 90s, nos meandros do mainstream os ALICE IN CHAINS continuam a ser, injustamente, relegados para um segundo plano devido principalmente ao seu amor descarado pelo rock clássico e pelo heavy metal. Aqui na redacção da LOUD! não podemos, nem devemos!, esquecer o impacto que a banda de Jerry Cantrell — que, após a trágica morte do seu frontman acabou por renascer e prosseguir carreira com William Duvall no lugar de vocalista– teve na cena e, mais ainda, que foram eles a revelar ao mundo uma das vozes mais importantes de toda uma geração. LAYNE STALEY era um daqueles vocalista únicos, capazes de evocar mágoa, raiva e doses colossais de angústia interior com as suas letras confessionais e cheias de alma. Se seguida, damos uma vista de olhos por cinco dos seus melhores momentos musicais com os ALICE IN CHAINS e o projecto paralelo MAD SEASON.


MAN IN THE BOX [«Facelift», 1990] A canção que introduziu grande parte do mundo ao talento dos ALICE IN CHAINS e de LAYNE STALEY. É notável sobretudo porque a letra não explora os hábitos auto destructivos do cantor, focando-se na perspectiva de um bezerro confinado enquanto é criado para se tornar vitela. Uma tema que mostra todo o seu poder vocal e um tenebroso alcance do seu registo baixo tenor.


«WOULD?» [«Dirt», 1992] A contribuição da banda para a banda-sonora do filme “Singles” é uma meditação sobre a perda de Andrew Wood, amigo da banda e vocalista dos MOTHER LOVE BONE, que tinha morrido de overdose. As letras, co-escritas por Cantrell e Staley, também serviram como um aviso para Staley… E a canção é um exemplo brilhante daquelas harmonias duais que diferenciaram desde cedo os ALICE IN CHAINS dos seus contemporâneos.


«ROOSTER» [«Dirt», 1992] Foi o guitarrista Jerry Cantrell que escreveu este conto melancólico como uma homenagem ao seu pai, um veterano da Guerra do Vietnam. No entanto, foi a entrega apaixonada e diferenciada (aqui o seu registo vai de calmo e controlado a furioso e bem alto) de Staley que ajudou a transformar este tema no single mais completo e respeitado da carreira dos ALICE IN CHAINS.


«RIVER OF DECEIT» [«Mad Season», 1995] Com a sua banda principal temporariamente em hiato, devido em parte aos problemas com drogas de Staley, o vocalista decidiu juntar-se aos MAD SEASON, um projecto formado por Mike McCready. Tendo completado um período de reabilitação, o guitarrista dos Peral Jam esperava que tocar com músicos sóbrios ajudasse Staley encontrar o caminho para a sobrevivência. Neste que é o single mais famoso do grupo, Layne suavizou sua voz para cantar o vício que, eventualmente, lhe tiraria a vida.


«AGAIN» [«Alice In Chains», 1995] O álbum auto-intitulado dos ALICE IN CHAINS acabou por ser o lançamento final de estúdio com Layne, e o material foi grandemente prejudicado pela sua ausência da sala de ensaios devido à sua contínua batalha com as drogas e os seus demónios interiores. Este acaba por ser o destaque mais óbvio deste disco, com os uivos multi-pistas a pintarem uma imagem assustadora do que era a cabeça do músico em 1995.