#aovivooumorto, pela sobrevivência das salas nacionais de espectáculos

Em resposta à cada vez maior ameaça à sobrevivência das salas de espectáculos em todo o país, a associação Circuito dá-se a conhecer anunciando hoje uma campanha protagonizada por nomes de vários quadrantes da música nacional. Sob o lema #aovivooumorto, esta acção chama a comunidade artística e o público a juntar-se numa fila/manifestação que pretende sensibilizar para a importância destes locais para a cena musical nacional. No dia 17 de Outubro, pelas 15:00, em Lisboa, Porto, Viseu e Évora artistas e audiência esperam na fila para entrar nas salas fechadas, chamando a atenção para a importância destes espaços no tecido cultural e pedindo medidas de apoio para garantir a sua sobrevivência.

Constituída por 27 salas de todo o país, a Circuito é a mais importante rede de palcos nacional para o surgimento, visibilidade, afirmação e circulação de artistas e públicos no contexto da música popular actual portuguesa. De bandas a produtores, passando também por DJs, estes espaços actuam como importantes plataformas para o desenvolvimento e afirmação de carreiras artísticas, apostando em nomes merecedores de audiências e propostas alternativas. Para evitar a perda irreparável desta rede de palcos, a Circuito apela à implementação urgente de medidas de apoio e estratégias públicas de protecção e valorização do sector.

Consequentemente, e nas palavras de Daniel Pires, director artístico e fundador do Maus Hábitos, no Porto, a Circuito defende “o reconhecimento destas 27 salas enquanto espaços de intervenção cultural , e dos seus programadores como agentes culturais activos, responsáveis pela viabilização de espaços de experimentação e pelo papel insubstituível no lançamento dos novos talentos, encontrando-se na base do circuito e do panorama da música em Portugal“. Em 2019, estas salas contabilizaram um total de 7.537 actuações musicais para uma audiência de 1.178.847 pessoas, envolvendo dezenas de milhares de autores, intérpretes e outros profissionais do espectáculo. Estes números atestam que a cultura musical portuguesa como a conhecemos não poderá existir sem esses espaços, pelo que é vital acautelar a continuidade da sua existência.

As 27 salas do Circuito são: A Casa – Oficina os Infantes, Alma Danada, Bang Venue, Barracuda Clube de Roque, Barreirinha, B’Leza, Carmo ’81, Casa do Capitão, Casa Independente, Club de Vila Real, Damas, Ferro Bar, Hard Club, Hot Clube Portugal, Lounge, Lux Frágil, Maus Hábitos, Musicbox, Passos Manuel, Plano B, RCA Club, Salão Brazil, Sociedade Harmonia Eborense, Titanic Sur Mer, Valsa, Village Underground Lisboa e Woodstock 69 Rock Bar.