BURTON C. BELL diz que o «Hybrid Theory», dos LINKIN PARK, é um «Demanufacture» para meninos

Numa entrevista recente, Burton C. Bell, ex-vocalista dos FEAR FACTORY, actualmente ao leme dos ASCENSION OF THE WATCHERS, constatou algo que já todos sabíamos: o «Demanufacture», de 1995, definiu sua carreira e “criou um novo género. “O «Demanufacture» definiu a minha carreira. É assim que o vejo“, explicou o músico norte-americano. “Era definitivamente um novo som, totalmente diferente de qualquer outra coisa que existisse na cena“, constata o cantor. “Tinha a combinação de guitarras pesadas e elementos industriais e electrónicos. E a minha voz era uma parte disso – ninguém estava a misturar aquele tipo de vocalizações limpas e pesadas ao mesmo tempo. Durante uma série de tempo as pessoas pensaram que eram dois cantores diferentes.

As pessoas não sabiam bem o que fazer com o «Soul Of A New Machine» — não sabiam se era death metal ou industrial ou thrash –, além de que o facto de eu cantar confundia toda a gente”, recordou o cantor. Depois fizemos o álbum de remisturas, «Fear Is The Mindkiller», e acabou por deixar toda a gente ainda um pouco mais confusa. Do meu ponto de vista, o «Demanufacture» foi o álbum que tornou os Fear Factory verdadeiramente ‘Fear Factory’. Foi o nosso momento decisivo. Deu-nos um som e quase criou um novo género. Acho que muitas pessoas tentaram copiá-lo, mas nunca tiveram sucesso.” Até aqui tudo normal, mas o twist na conversa surgiu logo de seguida; quando questionado acerca de quem acha que copiou o «Demanufacture», Bell apontou de imediato o dedo aos LINKIN PARK, dizendo: “Com o «Hybrid Theory» o que eles fizeram foi uma versão diluída do «Demanufacture».” De seguida, Bell acabou por confessar que nunca foi propriamente um fã da banda liderada por Chester Bennington — “Respeito o que fizeram, mas para mim soavam a uma espécie de «Demanufacture» para meninos“, disse.

Os ASCENSION OF THE WATCHERS, projecto de rock gótico com toque industrial liderado por Bell, lançou o seu muito aguardado segundo álbum, intitulado «Apocrypha», em Outubro de 2020. “Todas estas canções são muito pessoais“, explicou Burton C. Bell, numa entrevista exclusiva à LOUD!. “A maior parte das letras são sobre uma pessoa em particular, até. No entanto, este é o trabalho mais pessoal e representativo que alguma vez fiz na minha carreira. Representa verdadeiramente a minha personalidade e as minhas influências. Mas não estou a escrever sobre a natureza da espiritualidade, note-se. Escrevo apenas sobre coisas que amo.O sucessor de «Numinosum», de 2008 — que foi lançado pelo selo 13th Planet , de Al Jourgensen , dos MINISTRY–, volta a reunir a dupla fundadora da da banda, Bell e John Bechdel (nome associado aos FEAR FACTORY, MINISTRY e KILLING JOKE) acompanhada pelo artista a solo Jayce Lewis.