COREY TAYLOR fala sobre a I.A. na música: “Detesto, não suporto isso!”

Durante uma conversa na Kerrang! Radio que servia essencialmente para promoção do seu novo álbum a solo, «CMF2», o frontman dos SLIPKNOT, Corey Taylor, acabou também por falar de um assunto muito em voga nos dias actuais, que é o uso das ferramentas de inteligência artificial. No caso específico da música, com o intuito de recriar faixas instrumentais e vozes de artistas, o vocalista deixou bem clara a sua opinião: “Não me interessa nada dessa porcaria, para ser honesto. Não sei o que é que as pessoas estão a tentar provar. Estão a tentar provar que os computadores podem fazer as coisas tão bem como as pessoas? Porque se é isso, qual é o objectivo? É um exemplo ainda pior da tecnologia a substituir o talento do que aquilo de que me tenho queixado anos a fio com o Pro Tools e afinações e usar os mesmos sons… E as pessoas continuam a dizer ‘ah, mas não é fixe?’, e eu respondo, não, não é fixe. O que é – está tudo maluco, ou quê? De repente agora não há talento? A única coisa que vamos ter que vai soar fixe e novo vem de algo que nem existe? Vão-se lixar, pá!” Num assunto que lhe está claramente próximo do coração, Taylor continuou imparável: “Todas as vezes que alguém fica excitado com I.A: à minha frente, eu digo logo, ‘não estás a falar com a pessoa certa. Precisas de ir ali e falar com um merdas que não se interesse por isso, porque eu odeio, não suporto.’

Não é, de resto, a primeira vez que Taylor irrompe num discurso anti-I.A., basta recordar outra entrevista recente no programa Loudwire Nights, onde disse o seguinte: “É uma merda barada. Não sei qual é o problema com os seres humanos, que continuam a abrir a caixa de Pandora, por amor de deus. Mete-me medo, meu. Pensava que os deep fakes eram maus, e agora aqui vem a I.A. e tudo aquilo que fazer é ensinar esta coisa a fazer isto, ou escreves algo e de repente está tudo ali feito. Quão mais queremos nós reduzir – e digo reduzir no sentido de retirar valor – aquilo que fazemos, enquanto seres humanos? Quão mais queremos retirar à nossa própria criatividade? Tornar a realidade sem sentido, ou melhor, quanto queremos desvalorizar o talento verdadeiro, a criatividade e o trabalho e a persistência verdadeiros, ao ponto de as pessoas começarem a questionar se foste mesmo tu que fizeste o que fizeste? É absolutamente ridículo.

Nem de propósito, surgiu recentemente uma canção gerada por I.A. que nos deu a voz de Chester Bennington  a cantar a «Snuff» dos Slipknot. A respeito disso, o cantor, de 49 anos, considerou que “por mais honrado que eu ficasse por ter algo desse género do Chester que fosse real, isso não está certo. As pessoas habituaram-se a passear por cima de sepulturas e já não querem saber. É isso que me incomoda mais, esta apatia por tudo a não ser pelas suas próprias necessidades. Quão mais egoísta se pode ser?