DARK FUNERAL: «We Are The Apocalypse» | Century Media, 2022 [review]

Os DARK FUNERAL são um daqueles nomes que já podemos apelidar como clássicos no black metal apesar do primeiro álbum ser de uma altura em que estilo já estava no auge de popularidade. A abordagem dos suecos nunca teve grandes dinâmicas, convenhamos, mesmo sendo esse um dos pontos que sempre fizeram parte da sua identidade. A unidimensionalidade e aquele ambiente muito próprio que se instituiu desde o clássico «Secrets Of The Black Arts» acabou por ser também aquilo que se foi sentindo ao longo dos álbuns que foram lançando, notando-se com esse decorrer uma certa perda de gás. A mudança de vocalista em 2014 definitivamente que trouxe uma lufada de ar fresco que se sentiu em «Where Shadows Forever Reign» com o Emperor Magus Caligula a ser substituído por Heljarmadr , trazendo assim um interesse redobrado até para quem já tinha desistido deles. Entretanto, de lá para agora, já passaram seis anos (o que nos dias de hoje de alta velocidade é uma eternidade) e aqui está o segundo álbum da banda sueca, que apresenta mais algumas novidades — entre as quais se conta uma secção rítmica nova, com a entrada de um novo baixista e de um novo baterista. Sendo assim, os mais incautos poderão pensar que aqui está uma oportunidade para apresentarem algo diferente.

Só que não. Sem que o resultado seja mau, longe disso, os DARK FUNERAL continuam tão unidimensionais como sempre, mas é exactamente assim que queremos que sejam. O que também queremos que sejam, ou melhor, que apresentem, será um bom álbum. Felizmente é mesmo o que nos trazem, notando-se um incremento de dinâmicas maior que o expectável — o tema «When I’m Gone» é um excelente exemplo disso mesmo. A produção poderosa não coloca em causa a identidade da banda e, com músicas que facilmente ficam no goto de quem gosta de black metal sueco, estão reunidos aqui todos os predicados necessários para agradar aos indefectíveis do género. Assim sendo, continuamos a ter black metal com aquelas melodias gélidas de sempre, mas com uma eficácia que provavelmente já não se esperava e que nos deixa com a sensação de que este álbum será aquele que melhor sobreviverá no tempo após a estreia «Secrets Of The Black Arts», que por esta altura está a passos largos de atingir das três décadas de vida. [8.5]