Ao longo das últimas duas décadas, os DEFTONES transformaram-se num dos nomes maiores da música de peso, construindo uma carreira sólida e intocável, sobretudo quando comparado com a maior parte dos seus contemporâneos. Aproveitando a última paragem da banda californiana em Portugal, para um concerto incluído no SBSR, sentámo-nos com o vocalista Chino Moreno e com o baterista Abe Cunningham num camarim nas entranhas da gigantesca Altice Arena Arena e analisámos o output discográfico do quinteto até ao momento. Hoje recuperamos o que nos disseram acerca do álbum de estreia, «Adrenaline», que comemora já 25 anos de existência.

Chino: Quando gravámos o primeiro disco ainda éramos muito novinhos…
Abe: Sim! Muito mesmo. [risos]
Chino: Na verdade, nunca tínhamos estado num estúdio “a sério” e nem sequer tínhamos
um disco completo quando fomos gravar.
Abe: Estávamos muito entusiasmados com a ideia de fazer o «Adrenaline». E foi todo um processo muito louco – tínhamos assinado contrato com uma editora a sério e íamos para um estúdio a sério, trabalhar com um produtor a sério. As coisas começaram a tornar-se reais. É óbvio que já tínhamos feito maquetas ao longo dos anos, mas agora era a sério.
Chino: Há uma coisa engraçada, nunca cheguei a escrever letras. [pausa] Nas demos que tínhamos feito antes, metia a voz e tinha uma ideia muito vaga do que eram as letras, por isso, quando começámos a gravar, só sabia o que queria fazer em termos das melodias… Tinha palavras na cabeça, algumas frases, mas era só isso. E a ideia inicial era pôr tudo direito antes de gravar as vozes, mas acabou por nunca acontecer. Portanto… [risos] 60%
do disco tem letras e nos 40% que sobram é tudo improvisado, na hora.
Abe: Mas tiveste de as escrever para o livreto.
Chino: Sim, mas o que está no livreto são só rabiscos. Se forem ver bem, percebem que está tudo aberto à interpretação. [risos]