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EMPTY V: Ao vivo em Almada [review + galeria]

EMPTY V
22.01.29 – Cine Incrível – Alma Danada, Almada

Em dia de derby lisboeta, Almada foi invadida novamente pelos seus extra-terrestres favoritos, ou melhor, vírus favorito – e isto em tempos de pandemia até poderá ser algo estranho de se dizer – os Empty V, vindos do Planeta Porco Amarelo. Actuações ao vivo hoje em dia são raras, o que só indica que nem os vírus de fora do planeta conseguem fazer face à Covid. Felizmente que a tenacidade também é compensada de alguma forma, de bandas como os Empty V e de espaços como o Cine Incrível Alma Danada. Inicialmente Até parecia que seria o Covid a falar mais alto com a sala algo despida mas felizmente os bravos fãs de música foram surgindo ao longo da actuação.

A apresentação em palco dos Empty V é sem dúvida um dos seus pontos fortes, conseguindo quase sempre renovar o formato do palco a cada concerto que dão. E na noite de Sábado, dia de reflexão eleitoral, não foi excepção. Quando a intro «Nucleosynthesis» (que também abre o álbum «Mus-Pri» de 2018 editado pela Ragingplanet) se faz ouvir, o trio instrumental entra em palco. Muztek (baixo), Viker (guitarras) e Ars (bateria e parafernália electrónica) instalaram-se nas suas posições. A primeira coisa que saltou à vista foram as máscaras, tendo a tradicional máscara de gás dando lugar a umas caraças pintadas em neon e que deram um bonito visual de contraste no meio da escuridão que já é característica dos seus concertos.

Primeiro atacaram nos temas instrumentais como «Open Circuit» e «Virus Spread Speech» e depois em «The Light Army» (com direito a intro do clássico «Full Metal Jacket» entraram em cena Hoyram (vocalista) e DJ Nebula (teclas) que se instalaram num patamar acima do já referido trio instrumental. O impacto visual foi digno de se ver por uma sala já muito mais bem composta e bem animada – não sabemos se o resultado do derby teve alguma interferência com este facto. Como todas as coisas boas acabam rapidamente, quando chegou a altura da já tradicional homenagem a Flint dos The Prodigy com a rendição de «Breathe» já se sabia que tinhamos chegado ao final. Ainda assim, ainda houve oportunidade (e por muita insistência do público) para a reptição do tema «Sonic Boom» que acabou por ser mesmo o ponto final na noite.

Numa altura em que as medidas restritivas contra-atacaram, é importante, mais que nunca, continuar a lutar para avançar rumo à “normalidade” de dois anos atrás e onde concertos underground de rock/metal estão em posição para serem fulcrais nesse processo. Uma importância que anteriormente não lhes era reconhecida.