EVANESCENCE + TIGRESS @ Campo Pequeno | 12.12.2022 [reportagem]

Mais uma noite de chuva em Lisboa, mas de carro, a pé ou a nado, o Campo Pequeno os fãs corresponderam em massa à chamada e encheram o Campo Pequeno para verem os EVANESCENCE dez anos depois da última passagem por Portugal. O “aquecimento” esteve a cargo dos britânicos TIGRESS e, durante meia-hora, a banda liderada por Katy Jackson mostrou todo o potencial do rock que produz. Sempre comunicativos, os músicos apresentaram apenas três temas do seu disco de estreia, «Pura Vida», editado em 2021, apoiando o resto da actuação em canções dos três EPs editados em 2015, 2017 e 2018. A verdade é que todo o público presente estava na sala para assistir ao muitíssimo aguardado, e várias vezes adiado, regresso de Amy Lee a solo luso. Importa desde já referir que, se no passado algumas das prestações vocais da Sra. Lee deixaram algo a desejar, ontem não se podia ter pedido que fizesse muito mais – assinou uma actuação a roçar a perfeição e mostrou-se visivelmente satisfeita por estar de regresso aos palcos e ao nosso país.

«Broken Pieces Shine», do mais recente álbum, deu início à actuação e o foco centrou-se mesmo em «The Bitter Truth», de onde foram retirados sete dos temas ouvidos ao longo da noite. Seguiram-se «Made Of Stone» e «Take Cover», para logo de seguida termos direito ao primeiro momento de êxtase do público com o clássico «Going Under». Jà após «Wasted On You» e «Lacrymosa», Amy sentou-se então ao piano para interpretar um medley dos temas «Lose Control», «Part Of Me» e «Never Go Back», sucedido por «Far From Heaven» – um momento de arrepiar – e «Your Star». Já em «End Of The Dream» a cantora mostrou toda a sua potência vocal, com o início do tema feito apenas com voz e teclados. Em «Imaginary» chegou a vez do público brilhar ao cantar boa parte do tema, mas antes disso, «Better Without You» e «Call Me When You’re Sober» também receberam boas reacções. Antes de «Use Your Voice», Lee dirigiu-se aos fãs e disse-lhes para lutarem pelo que acreditam, recomendando-lhes que façam uso da voz. Ao longo tema, no ecrã por detrás do baterista, iam passando várias imagens de lutas, com a mensagem a passar pelo apoio à Ucrânia e ao meio ambiente, entre outras.

Importa referir também que, pese todo o protagonismo assumido pela sua timoneira, os EVANESCENCE contam com uma formação composta por músicos de excelência, como é o caso dos guitarristas Tim McCord e Troy McLawhorn. Destaque também para a sessão rítmica, com Will Hunt, a fazer as delícias de quem aprecia bateristas dos anos 80, sempre cheios de malabarismos, e para a baixista Emma Anzai, que acompanhou Amy Lee em muitos backing vocals. Como é óbvio, a noite não podia encerrar sem dois dos temas mais conhecidos da banda: «My Immortal», que passados estes anos todos continua a levar aquela lágrima ao canto do olho e, claro, «Bring Me To Life», com Amy a correr com a bandeira portuguesa de um lado para outro e a fechar de forma apoteótica uma noite que, apesar de chuvosa, encheu a alma dos fãs e certamente lhes deu esperança de não terem que esperar mais dez anos pelo regresso dos EVANESCENCE a Portugal.