GRINDEAD: «The Great Territory Of Dread» [estreia exclusiva]

Os GRINDEAD, banda de death/grind que reúne veteranos da cena portuense, tinha tudo para explodir em força por volta de 2019/2020. Uma boa tape, alguns concertos cativantes e um álbum na calha. Entretanto o mundo mudou e o grupo acabou por ter como título de estreia um álbum ao vivo, intitulado «Virus Session» e destinado a apoiar o bar Barracuda. Com a nova normalidade a assentar poeira, os músicos começaram a divulgar informações sobre um primeiro longa-duação de estúdio, que já está gravado há algum tempo. Pois bem, é agora o momento de se escutar a primeira faixa de avanço para este registo aguardado por muitos que viram a banda em palco. O tema escolhido tem o título «The Great Territory Of Dread», já pode ser escutado no player em cima e faz parte do alinhamento do álbum «Culture Decline/Machines Arise», a editar esta terça-feira, 24 de Maio, pela Larvae Records, em formato CD e vinil, com este último ser disponibilizado em duas versões, negro e azul. Depois, numa edição bastante mais limitada, há também um bundle que contém um totebag, um CD, uma t-shirt com serigrafia de relevo, patch bordado, certificado de autenticidade assinado por toda a banda e ainda um poster A3.

David Teves Reis, no baixo, Miguel Brandão, na bateria, Mário Ribeiro, na guitarra e Luís Gonçalves, na voz, são os quatro elementos que compõem os GRINDEAD e tudo estava alinhado para que o disco fosse editado ainda em 2020, com várias declarações públicas nesse sentido. “Não foi nada fácil”, reflecte agora Luís, a propósito do parto deste registo. “Todo o processo, desde a parte criativa até à produção do álbum, passando pela dificuldade em encontrar alguém que conseguisse captar a nossa ideia e a fosse capaz de transpor para a parte gráfica… Foi tudo um bocadinho moroso”. Segundo o mesmo, os músicos tiveram de “ir buscar algum alento e incentivo para concluir todo o processo”, devido “a todas as incertezas causadas pelo vírus”. Confirmando o que já era sabia no meio próximo do colectivo, os músicos entraram “em estúdio na primeira metade de 2020”, sendo que a “intenção da editora seria lançar o trabalho nesse mesmo ano ou no princípio de 2021, mas depois nunca vimos com bons olhos, nem nós e nem a Larvae, editá-lo durante essa fase porque não teria o mesmo impacto.

A incerteza pandémica marcou este nascimento, “até pelo facto de não o podermos promover em moldes normais”, a que se juntaram, posteriormente, “os problemas das fábricas e dos próprios prazos de entrega do material, principalmente em relação ao vinil”. Face a uma barreira, pára-se, recua-se ou, de alguma, tenta-se de alguma forma ultrapassá-la. Os GRINDEAD escolheram a última opção, fazendo de uma fraqueza, uma força. “Este congelamento deu-nos tempo mais que suficiente para repensarmos alguns temas, tanto mais antigos como mais recentes e até dar-lhes uma nova roupagem”. Segundo o vocalista, “quem teve acesso, tanto à tape como ao «Vírus Session», facilmente chegará a essa conclusão após uma audição mais atenta”. E, por isso, tanto alguns temas menos recentes como os temas criados durante os últimos dois anos”, foram “sofrendo pequenas alterações porque também passámos por aquele tipo de processo em que parece que existe sempre algo a melhorar”. Algo que, na opinião do músico, “é bastante positivo porque faz com que sejamos aquele tipo de banda em constante mutação criativa e sempre vimos isso como fundamental de modo a evitar algum tipo de saturação”.

Quem se recordar do lançamento da tape, certamente se lembrará como as datas ao vivo foram surgindo em catadupa, com o colectivo a revelar-se uma máquina voraz de palco.Termos de apresentar o álbum ao vivo e picar o ponto em alguns locais que sempre achamos como fundamentais, faz parte de todo o processo , mas sempre tendo em conta as condições mínimas que achamos que devem existir para o fazer, quer em termos técnicos, quer em termos financeiros”, explica o veterano vocalista que, juntamente com Mário Ribeiro, integrou os saudosos GENOCIDE. “Neste momento estamos em condições de confirmar quatro datas, em Aveiro, no Porto, no Laurus Nobilis em Famalicão e na próxima edição do XXXapada na Tromba, em Janeiro de 2023”. O concerto oficial de apresentação de «Culture Decline/Machines Arise» acontece a 25 de Junho no Metalpoint, no Porto, com os CAPE TORMENT na primeira parte. No entanto, ainda antes disso, numa organização da Martelo Pneumático, os grinders, irão reunir-se aos LAST PISS BEFORE DEATH e HOLOCAUSTO CANIBAL, num concerto em Aveiro. Este evento será dos últimos a acontecer no Avenida Café Concerto. A data marcada é 10 de Junho, com a entrada a custar 10 euros. Posteriormente, o quarteto passa também pelo LAURUS NOBILIS MUSIC, em Famalicão, que decorre entre 21 e 23 de Julho.