GUNS N’ ROSES: 5 concertos que mudaram a vida de Duff McKagan

Estamos todos cheios de saudades de ver música ao vivo, não estamos? Quem, aí desse lado, não tem passado uns minutos a relembrar concertos que vimos por aí? Não sendo certo quando vamos voltar a ver concertos como os víamos antes, a verdade é que já faltou mais. O plano de desconfinamento revelado ontem pelo governo já prevê um regresso, a conta gotas, a uma suposta “normalidade”, com a reabertura de cinemas, teatros, auditórios e salas de espectáculos a 19 de Abril e a possibilidade da realização de “grandes eventos no exterior e eventos interiores com diminuição de lotação” a partir de 3 de Maio.

Pois bem, finalmente com uma luz ao fim do túnel depois da brutal enxurrada de cancelamentos, adiamentos, reagendamentos com que o mundo está a lidar desde Março do ano passado, a britânica KERRANG! achou que era uma boa altura (como outra qualquer, de resto) para perguntar a Duff MacKagan, o inimitável baixista dos GUNS N’ ROSES e um dos músicos que melhor soube como gerir uma carreira pós-«Use Your Illusion», quais foram os cinco concertos que mudaram a vida do músico de Seattle. Aqui ficam as escolhas de Duff, por ordem cronológica [spoiler alert; inclui quatro espectáculos em que o músico esteve em palco]:

THE CLASH | Paramount Theatre, Seattle | 1979

Estavam lá cerca de 150 pessoas e estávamos todos a fazer pogo, o que era uma coisa nova na altura. Às tantas, os seguranças acharam que estávamos a brigar uns com os outros e começaram a sovar um miúdo na cara. O Joe Strummer parou o concerto e o Paul Simonon apareceu com um machado e ameaçou derrubar as grades da frente do palco. Foi óptimo! E foi formativo para mim. Daquele momento em diante, passei a odiar o termo ‘estrela do rock’.”

THE VAINS | Washington Hall, Seattle | 1980

Essa era a minha banda quando estava no liceu, e abrimos um concerto para os Black Flag. Tínhamos um tema com o título «School Jerk». Essa formação dos Black Flag tinha o Ron Reyes a cantar, dois vocalista antes do Henry Rollins e um depois do [vocalista original] Keith Morris. Foi uma experiência super intensa, mesmo. Eu não tinha a mínima ideia de como fazer um concerto ao vivo. Acho que até dei um pontapé na cabeça de alguém porque pensei que era isso que se devia fazer!

GUNS N’ ROSES | Hammersmith Odeon, Londres | 1987

Tocámos no Hammersmith seis meses depois da primeira vez que fomos a Londres e tocámos no Marquee, mas depois esgotámos o Hammersmith. Para mim, foi uma loucura. Pensei que tínhamos realmente conseguido! Todo o crédito tem de ir para o Marquee, porque esses concertos foram óptimos e foram muito importantes para nós, mas o clube é minúsculo. O Hammersmith parecia enorme. As pessoas esquecem-se que os Guns N ’Roses foram lançados primeiro no Reino Unido.

VELVET REVOLVER | Hammersmith Apollo, Londres | 2005

Novamente, tenho de dizer Hammersmith. É uma sala tão linda e, provavelmente, o meu lugar favorito para tocar. Fizemos algumas noites lá, como uma espécie de residência em Londres. Claro que me lembro de tocar lá com os Guns, quase 20 anos antes, mas na multidão estavam o Jimmy Page e o Brian May, o que foi obviamente muito, mesmo muito, fixe. O Brian May subiu no palco connosco, na verdade, e foi, tipo, ‘Holy fuck!’”.

DUFF MCKAGAN’S LOADED | The Academy, Dublin | 2009

Este foi um grande concerto. Tocámos a «Wasted Heart» e todos começaram a cantar connosco, a ponto de termos parado de tocar para ficarmos apenas a ouvir a multidão a cantar o tema. Foi a primeira vez que os Loaded fizeram algum tipo de sucesso maior, pelo menos numa cidade, e por causa disso fiquei com uma sensação de comunidade enorme na cabeça desde esse concerto.