Se fizermos as contas a todas as bandas que, mensalmente, são formadas em cidades e países ocidentais em que se leva um dia-a-dia relativamente fácil, não há outra forma de descrever os JINJER senão como uma imensa força da natureza. Criados numa Ucrânia devastada pela guerra e sem tradição no que à música pesada diz respeito, o quarteto liderado pela carismática Tatiana Shmailyuk passou a última década a vencer e a refutar as probabilidades. «Inhale, Don’t Breathe», o registo de estreia do grupo, editado em 2012, deixou desde logo uma marca indelével no metal contemporâneo com uma mistura promissora de peso técnico e orelhudo. Depois de serem oficialmente declarados a melhor banda de metal do país pela editora local ІnshaMuzyka, os músicos viram-se catapultados para os holofotes internacionais com «Cloud Factory» e, sobretudo, «King Of Everything», de 2014 e 2016, respectivamente. Desde então, atiraram-se de cabeça a um rigoroso esquema de tours e transformaram-se num caso raro de sucesso, coroado, em 2019, pelo lançamento do muito aplaudido «Macro».
No entanto, em conversa com a LOUD!, a vocalista do grupo confessou continuar a sentir-se “assoberbada” com a atenção que, tanto ela como a banda, têm recebido nos últimos anos. “Por um lado, acho que é uma coisa natural”, começa por nos explicar a Tatiana. “Acho que acaba por ser um reflexo do nosso esquema de trabalho, porque tem sido esse esforço que nos tem permitido crescer, evoluir e chegar a um público mais vasto. Se fossemos preguiçosos, se quiséssemos viver apenas de likes e de visualizações no YouTube, se não andássemos constantemente em tours, tenho a certeza que nunca teríamos conseguido chegar onde chegámos. Por esta altura, a banda já existe há mais de uma década e as coisas não aconteceram de um dia para o outro; crescemos passo a passo, de uma forma orgânica e sustentada. Portanto, nesse sentido, não me surpreende, porque considero que a atenção que recebemos é proporcional a tudo o que temos investido na nossa carreira. Por outro lado, acho que nunca vou deixar de me sentir assoberbada quando penso em tudo o que conseguimos conquistar durante esta última década, sobretudo tendo em conta que somos oriundos da Ucrânia, que é um país em que não há tradição absolutamente nenhuma em termos de exportação musical. Para nós é importante mantermo-nos humildes, nunca damos nada como garantido”. Os JINJER regressam a Portugal já amanhã, dia 18 de Fevereiro, para fazerem “suporte” aos galeses BULLET FOR MY VALENTINE. A banda ucraniana sobe ao palco do Sala Tejo, na Altice Arena, às 20:20.