LACUNA COIL: A vida de CRISTINA SCABBIA em 10 + 1 canções

Como tantas outras bandas, os LACUNA COIL viram todos os seus planos para 2020 e 2021 congelados por causa da pandemia, mas a banda italiana planeia voltar em força à estrada ainda este ano e são uma das grandes atracções da edição deste ano do festival LAURUS NOBILIS MUSIC. A sempre muito activa Cristina Scabbia, que lidera o grupo de Milão ao lado de Andrea Ferro, tudo tem feito para se manter tão ocupada quanto possível e, claro, além das actualizações diárias na sua conta pessoal no Instagram e das transmissões frequentes no Twitch, tem arranjado também tempo para falar com a imprensa. Recentemente, a vocalista sentou-se com a METAL HAMMER britânica e elaborou uma lista dos dez temas (+ um bónus) que mais a marcaram durante o percurso com os autores de «Black Anima» até ao momento presente. Em termos de distribuição discográfica, são três canções de «Karmacode» (2006); duas de «Comalies» (2002) e «Broken Crown Halo» (2014); e uma de «Shallow Life» (2009), «Dark Adrenaline» (2012), «Delirium» (2017) e «Black Anima» (2019). Podes conferir a seleçção completa, incluindo trechos das explicações de Scabbia e links do YouTube, em baixo.

«HEAVEN’S A LIFE» [Comalies, 2002]
A «Heaven’s A Lie» foi onde tudo começou para nós em maior escala. Em 2004, fomos convidados a fazer o Ozzfest nos Estados Unidos e, claro, era a grande oportunidade de tocarmos para um público completamente diferente do que gostava da nossa música. Também me lembro que a WAAF, uma estação de rádio que já não existe, ter decidido começar a tocá-la e, depois disso, muitas outras estações fizeram o mesmo“.

«SWAMPED» [Comalies, 2002]
Escolhi esta canção porque, mais uma vez, foi muito significativa para nós em termos de exposição. Acho que foi a primeira vez que uma de nossas canções foi selecionada para um filme. Não para o filme, de facto, mas foi incluída na banda-sonora do ‘Resident Evil’, por isso foi algo muito grande para nós“.

«ENJOY THE SILENCE» [Karmacode, 2006]
A ideia de fazer a versão desse tema foi minha, porque gosto muito dos Depeche Mode. Se, por acaso, ainda há pessoas na Terra que não conhecem os Depeche Mode, provavelmente vão pensar que é um tema nosso quando ouvirem a versão. E a ideia é era essa, adoro-a e acho que reflecte realmente o que são os Lacuna Coil. E até mesmo os próprios Depeche Mode gostaram do que fizemos“.

«CLOSER» [Karmacode, 2006]
Com a «Closer» queríamos simplesmente fazer uma canção mais alegre. Às vezes gostamos de experimentar com sons que não são necessariamente metal – todos gostamos do peso, mas também curtimos o lado mais divertido da coisa. Quando os fãs ouvem este tema num concerto, alguns podem abanar a cabeça, mas os outros podem só divertir-se“.

«OUR TRUTH» [Karmacode, 2006]
Filmámos o vídeo-clip para a «Our Truth» em Los Angeles. Lembro-me que subimos as colinas, já era muito tarde e foi meio assustador porque podíamos ouvir os coiotes que andavam por ali à nossa volta. Também me lembro que demorámos muito tempo porque tivemos de fazer muitas trocas de roupa e gastámos bastante tempo com cenas como a maquilhagem e a caracterização. Além disso, estava super, super frio“.

«NOTHING STANDS IN OUR WAY» [Broken Crown Halo, 2014]
Este tema é, basicamente, o nosso hino. É uma canção que levamos sempre para a estrada. O verso ‘Nothing Stands In Our Way’ diz exactamente sobre o que ela é: superar obstáculos. Não importa o que aconteça na tua vida, tens de tentar olhar para o copo meio cheio. É importante perdoares os erros que possas ter cometido porque há sempre algo a aprender que pode permitir-te seguires em frente“.

«APOCALYPSE» [Black Anima, 2019]
Quando começámos a escrevê-la, não vislumbrávamos lançá-la numa situação pós-apocalíptica. Lembro-me que imaginava um deserto, uma lareira com algumas pessoas à volta, a conversarem umas com as outras, a reflectirem sobre as suas vidas. Imaginávamos um asteroide a caminho da terra, por isso é uma loucura que, de certa forma, já estivéssemos a pensar que algo tão grave como esta pandemia pudesse acontecer“.

«SPELLBOUND» [Shallow Life, 2009]
Esta canção faz parte do primeiro disco que fizemos com o Don Gilmore. Foi a primeira vez que trabalhámos com um produtor diferente, e que fizemos algo completamente diferente. Ele tinha um passado ligado ao metal, mas já tinha produzido também outras bandas que tinham um som mais limpo. Nós queríamos ter um ponto de vista de alguém que não conhecia a banda, para ver se podíamos aprender alguma coisa. Aprendemos muitíssimo mesmo, especialmente sobre composição“.

«BLOOD, TEARS, DUST» [Delirium, 2016]
Escolhi a «Blood, Tears, Dust» porque é uma música muito pesada que surpreendeu muita gente – acho que não pensavam que poderíamos voltar ao material mais pesado, especialmente nessa altura, em que muitas bandas estavam a ficar mais maleáveis. Também foi um disco muito importante para nós, porque o «Delirium» falava sobre saúde mental“.

«MY SPIRIT» [Dark Adrenaline, 2012]
«ONE COLD DAY» [Broken Crown Halo, 2014]
Escolhi estas duas canções porque ambas são dedicadas a amigos que perdemos. A «My Spirit» foi escrita na noite em que Peter Steele faleceu e estávamos todos muito tristes porque sempre fomos grandes fãs dele e dos Type O Negative. Também decidi incluir a «One Cold Day» porque a escrevemos depois de um membro fundador do grupo, o Claudio Leo, ter falecido de cancro. Sabíamos que ia acontecer, mas é sempre duro quando acontece a alguém que amas. É muito difícil de aceitar“.