LACUNA COIL: Há uma coisa de que a CRISTINA SCABBIA não gosta mesmo nada no mundo do metal [vídeo]

Na edição de 2 de Janeiro do podcast ‘Sobre La Docis’, Cristina Scabbia respondeu a uma série de perguntas sobre como as visões de género sexual podem ter mudado no universo do metal desde que começou com os LACUNA COIL, há cerca de três décadas. A cantora italiana começou por dizer que as mulheres são mais aceites agora do que antes, mas não conseguiu esconder algum pessimismo em relação ao que o futuro reserva para as mulheres numa cena que continua a ser dominada por homens. “Se sinto que as coisas mudaram? Com certeza, sim“, diz ela. “Quando comecei, não havia tantas bandas com mulheres nas suas formações. O metal ainda era um não-não para as mulheres, porque era uma cena muito dominada por homens. E ainda é, mas é óbvio que há por aí muito mais bandas com mulheres na formação, o que me deixa feliz, embora ainda sejamos vistas de forma diferente.” No entanto, por outro lado, Scabbia parece resignada com a ideia de que as mulheres nunca vão estar a jogar no mesmo campo no que há música pesada diz respeito. “Não acho que algum dia venhamos a ser vistas da mesma forma e, em parte, está tudo bem porque, de facto, somos diferentes. De certa forma, sinto que nos movemos num mundo diferente“, acabou por confessar mais à frente na conversa.

Segundo a cantora, que fez 50 anos em Junho de 2022, a razão para tal pode muito bem estar no que considera ser o maior obstáculo para as mulheres que se movem no meio do heavy metal, e que é o facto de continuarem a ser julgadas pela sua aparência.Aquilo de que não gosto ao ser uma mulher num mundo dominado por homens é que, muitas vezes, somos julgadas pela nossa aparência. E eu entendo isso; aliás, sei que muitos homens também passam pelo mesmo“, desabafou. “No entanto, se um tipo tiver boa aparência, isso é uma vantagem. No caso das mulheres, se têm uma boa aparência, isso é uma vantagem em termos de atenção da imprensa; é uma vantagem em termos…Sei lá, das pessoas se babarem connosco, mas não aumenta necessariamente o potencial que já temos. E isso é uma pena.” Em suma, Scabbia gostaria que todos pudessem ser julgados apenas pela sua música, e não por serem “apetecíveis” quando vestem umas calças justas. “Eu entendo que o visual é a primeira coisa que as pessoas veem, mas era fixe ir além disso, principalmente na música, onde o instrumento que tocas, a voz que estás a empurrar para fora do teu corpo e os sentimentos que estás a tentar transmitir com tua música são as coisas mais importantes.” Podes ver a conversa na íntegra no player em cima.