MACHINE HEAD: Tocam pela primeira vez num festival em quase uma década [vídeos]

Sem que nada o fizesse prever, os MACHINE HEAD assinaram uma actuação surpresa no festival BLOODSTOCK, que decorre este fim de semana no Reino Unido. A banda oriunda da Bay Area subiu ao palco a meio da tarde de ontem, sexta-feira, 12 de Agosto, sem qualquer aviso prévio, mas mesmo assim actuou para uma tenda cheia, interpretando vários clássicos, incluindo «Imperium», «Ten Ton Hammer», «Killers And Kings», «Halo» e «Aesthetics Of Hate», este último dedicado ao falecido guitarrista dos PANTERA, Dimebag Darrell. Além disso, os músicos — que desta vez subiram a palco em formato de trio, sem o guitarrista Wacław Kiełtyka, dos DECAPITATED — aproveitaram a ocasião para tocarem também a «The Dagger», do álbum «Roadrunner United», e para estrearem duas canções do próximo álbum, «ØF KINGDØM AND CRØWN», que vai ser editado no final de Agosto. Pelo meio, Robb Flynn ainda teve tempo para prestar homenagem às lendas do punk britânico DISCHARGE, que tocaram imediatamente a seguir, chamando-lhes “uma das bandas mais lendárias de todos os tempos“. Podes ver alguns vídeos da actuação, captados na plateia, em baixo.

Importa referir aqui que, além do factor surpresa, esta actuação foi ainda mais especial porque os MACHINE HEAD já não tocavam em festivais desde antes da edição de «Bloodstone & Diamonds», em 2014. Durante o ciclo a esse disco, Robb Flynn revelou que a banda tinha recusado todas as propostas para actuar em festivais no ano seguinte, dizendo que preferia focar-se nos seus espectáculos em nome próprio. Já em 2018, o músico reiterou essa ideia ao dizer que “odeia” tocar em eventos de grande dimensão. “Durante o último festival que fizemos, só queria sair do palco o mais depressa possível“, explicou ao Independent. “Estava a chover a cântaros, eu estava a congelar a merda do cu, havia água a entrar por todos os lados no nosso equipamento e, na plateia, só via gente a sentir-se miserável com os pés enterrados na lama. É uma merda para nós, e é uma merda para as pessoas que estão lá fora a ver-nos. Não me interpretem mal, há por aí grandes festivais que criam a sua própria cultura e a sua própria vibração e eu adoro isso. Mas há muitos festivais por aí que não correm assim tão bem e não nos podemos dar ao luxo de não os fazer se estivermos no circuito; essa é a merda que mais me irrita“.

«ØF KINGDØM AND CRØWN», o sucessor de «Catharsis», de 2018, é já o décimo longa-duração dos MACHINE HEAD e vai ser lançado a 26 de Agosto através de uma parceria entre a a Nuclear Blast e a Imperium Recordings. O disco é conceptual e as suas faixas são baseadas em torno de duas personagens principais — Ares e Eros. Segundo um comunicado de imprensa, “ØF KINGDØM AND CRØWN soa futurista, violento e com muito para mastigar“. Flynn acrescenta: “Graças aos meus dois rapazes adolescentes, a minha família tornou-se obcecada por esta fantástica série anime japonesa chamada ‘Attack On Titan’. O conceito do álbum foi vagamente inspirado pela série no sentido de que, no enredo, não existe um tipo ‘bom’ ou ‘mau’ — ambas as personagens acreditam que estão a fazer as coisas certas tal como se aplicam ao seu ser. No entanto, não se enganem, ambas estão a cometer actos de pura atrocidade e maldade.”