Lançado originalmente a 8 de Outubro de 1996 numa joint venture entre a NOTHING (de Trent Reznor) e a Interscope, o segundo álbum d e MARILYN MANSON foi editado há exactamente 26 anos. O disco foi produzido por Manson em colaboração com Reznor, Sean Beavan, Dave Ogilvie, dos SKINNY PUPPY, nos Nothing Studios, em New Orleans, entre Fevereiro e Agosto de 1986. Agora sabemos, foi este álbum que transformou o Sr. Brian Warner no que é hoje. A disparar em todos os cilindros, apoiado num par de singles de enorme sucesso («The Beautiful People» e «Tourniquet», numa altura em que a MTV ainda passava música, transformaram-se em enormes êxitos) e em actuações ao vivo demolidoras, foi com o «Antichrist Superstar» que transformou o MARILYN MANSON num fenómeno à escala global.
Por cá, o mito crescia também, com a lenda assegurada por uma actuação tão irreverente com caótica numa das primeiras edições do Festival do Sudoeste. Soubemos depois, o antagonismo entre todos os elementos do grupo — Manson na voz, Daisy Berkowitz na guitarra, Twiggy Ramirez na guitarra e no baixo, Madonna Wayne Gacy nos sintetizadores e Ginger Fish na bateria e programação esteve sempre lá, quiçá alimentado pelo uso excessivo de álcool e drogas. A gravação do «Antichrist Superstar», um elaborado álbum conceptial pensado até ao mais ínfimo pormenor, foi quase tão selvagem como os concertos que viriam a assinar nos anos seguintes. No entanto, isso não se nota ao longo do disco.
Do murro nas fuças que é a abertura com a «Irresponsible Hate Anthem», aos ganchos pop dos singles, passando pelo ambiente mais obscuro de «The Reflecting God» ou o tema-título, esta é uma narrativa com princípio meio e fim. As brigas entre os membros da banda, que acabaram por levar o guitarrista fundador Daisy Berkowitz a deixar amargamente o grupo, a meio da gravação, não se notam nem um pouco no resultado final, com uma série de músicos convidados — Charlie Clouser, Robin Finck, Danny Lohner e Chris Vrenna, nomes associados aos NINE INCH NAILS, GUNS N ‘ROSES — a tornarem este turbilhão de rock musculado, metal pesado e doses massivas de industrial ainda mais colossal. Para todos os efeitos, a declaração de intenções de MARILYN MANSON foi feita aqui.
