MARILYN MANSON: Nazismo, tortura e alegados abusos sexuais

Um novo artigo de investigação, assinado pelos jornalistas Kory Grow e Jason Newman, e publicado pela revista norte-americana Rolling Stone, detalha as acusações de abuso sexual e outros crimes de que o cantor Brian Warner, mais conhecido como MARILYN MANSON, tem sido alvo nos últimos tempos. O artigo foi construído a partir de uma apurada recolha de informações que durou cerca de nove meses que incluiu 55 entrevistas a pessoas relacionadas com os processos movidos por mulheres que acusam o artista dos crimes em questão. No meio de todas as alegações, o que mais chama a atenção são mesmo as descrições extremamente detalhadas e até chocantes das supostas transgressões cometidas por Manson contra várias mulheres com as quais mantinha relações. Na peça figuram ainda outras caracterizações de comportamento, que incluem racismo e um profundo fascínio pela história do nazismo. Segundo esses relatos, o cantor apresentava uma espécie de padrão no que diz respeito aos seus interesses amorosos. De início, começava sempre por demonstrar bastante afecto com intuito de ganhar a confiança das mulheres e, em alguns casos, as coisas aconteciam até rápido demais, com o músico a propor casamento e a hipótese de constituir família logo nas primeiras semanas. Com o passar do tempo, esse comportamento acabava sempre por tornar-se agressivo e um dos relatos mais fortes confirma mesmo a existência de um local chamado “sala das meninas más” — um cubículo do tamanho de um provador de loja de roupa, com isolamento acústico, onde as mulheres eram trancadas quando se “portavam mal. No entanto, essa seria apenas uma das formas de tortura psicológica adoptadas pelo artista.

A modelo Ashley Morgan Smithline, uma das várias mulheres que acusam Manson, diz que o cantor fazia esse lugar parecer local “fixe” de início. “Depois, começava a parecer uma punição. Mesmo que eu gritasse ali, ninguém me ia ouvir“, declarou. “Primeiro, a tendência é para lutares contra aquilo — e ele gosta do sofrimento. Mas aprendi a não lutar, porque estava a dar-lhe o que ele queria“. Curiosamente, numa entrevista concedida em 2012 a outra publicação, o próprio músico confirmou a existência dessa “sala das meninas más“. “Se alguém se porta mal, posso trancá-la dentro desse sítio, que tem isolamento acústico“, disse ele. Por seu lado, a actriz Esmé Bianco, conhecida pelo seu trabalho na série ‘Game of Thrones’, relatou outras formas de tortura, inclusivamente física, e conta que chegou a ser agredida fisicamente com “um chicote que ele disse ter sido usado pelos nazis. Além disso, Bianco apontou também vários outros abusos sofridos através de privação de sono e uso de choques eléctricos, além de ter sido perseguida pelo cantor enquanto este empunhava um machado.

Como se isto tudo não bastasse, o artigo está recheado de relatos que também apontam comportamento racista por parte do artista, que — de acordo com as fontes não identificadas ouvidas pela revista — “parecia sentir prazer ao usar termos discriminatórios diante de negros“. Alegadamente, até a decoração do apartamento em que vivia seria bastante perturbadora, com “sangue, suásticas e fotografias de revistas pornográficas“, segundo a publicação. Além de Smithline e Bianco, a actriz Evan Rachel Wood e a ex-assistente Ashley Walters, bem como outras mulheres que mantiveram o seu anonimato, acusam — judicialmente ou não — MARILYN MANSON dos crimes citados. O músico, por seu lado, nega todas as alegações e diz estar a ser alvo de uma acção concertada com o intuito de destruir a sua carreira.