A 14 de Dezembro, mas em 1993, os MOONSPELL estrearam-se em palco na Charneca Do Lumiar.
É complicado escrever sobre os MOONSPELL. Afinal, sem o termómetro ideal, não se consegue saber se é a fase para dizer bem, ou dizer mal, do grupo, tal é a oscilação de humor dos reis do teclado. De qualquer forma, será difícil surgir um contestatário para os primórdios da banda e o vídeo que podes ver no player em baixo – sim, estamos no séc. XXI e isto são os media digitais a funcionarem – é exactamente relativo a essa fase.
Mais concretamente, trata-se da primeira aparição dos MOONSPELL em palco. Ao longo de 45 minutos, pode assistir-se, com uma qualidade razoável, a uma actuação datada de 6 de Novembro de 1993, há três décadas, na Charneca do Lumiar, nos arredores de Lisboa.
Este é um verdadeiro tesourinho nada deprimente, em que se pode apreciar a primeira formação, num palco exíguo, mas já com Fernando “Langsuyar” Ribeiro a demonstrar toda a sua capacidade para a encenação em palco. Com direito a firebreathing, logo aos sete minutos, e a possibilidade de assistir ao virtuosismo de Mantus, percebe-se perfeitamente que algo existia na banda que já prometia um futuro brilhante. Uma irresistível memória, agora revelada.
Como noticiado anteriormente, após alguns meses de silêncio relativamente a um novo LP de originais e de um intenso período de composição e concertos, os MOONSPELL confirmaram que o seu novo álbum está totalmente escrito e pronto para ser gravado. A banda liderada por Fernando Ribeiro revelou nas redes sociais: “O nosso álbum está agora escrito e pronto para ser gravado em Dezembro.” A notícia marca o início de um novo ciclo para um dos nomes mais emblemáticos da música pesada nacional, que se prepara para dar seguimento a «Hermitage», lançado em 2021.
O novo registo surge num momento de maturidade artística dos MOONSPELL, que, ao longo de mais de três décadas, têm mantido uma posição única na cena metaleira internacional. O anúncio surge após um ano dominado por concertos especiais, incluindo diversas actuações centradas em álbuns clássicos como «Wolfheart» e «Irreligious», que reafirmaram o impacto duradouro da banda na história do metal gótico e atmosférico.
Embora ainda não tenham sido revelados quaisquer detalhes sobre o título ou a direcção sonora do novo disco, o calendário anunciado — gravação em Dezembro — indica que o lançamento poderá ocorrer em meados de 2026. A banda não confirmou o estúdio nem o produtor, mas é sabido que Fernando Ribeiro, Ricardo Amorim, Pedro Paixão, Aires Pereira e Hugo Ribeiro têm trabalhado em novos temas desde o início do ano.
Desde a sua formação em 1992, os MOONSPELL construíram uma discografia marcada pela diversidade e pela coragem de explorarem novos territórios sonoros, com cada álbum a representar uma metamorfose criativa. Com «Hermitage», a banda mergulhou num registo bastante mais contemplativo e melancólico, abordando temas de isolamento, espiritualidade e finitude — um óptimo reflexo dos tempos pandémicos em que foi criado.
A confirmação de que o sucessor de «Hermitage» está pronto reacende a expectativa dos fãs, tanto em Portugal como no estrangeiro. A base de seguidores dos MOONSPELL permanece uma das mais fiéis e activas do metal europeu, algo que a banda tem cultivado através de uma relação muito próxima e de uma constante reinvenção. Nos últimos anos, o grupo tem alternado entre digressões internacionais e concertos exclusivos em solo nacional, celebrando os 30 anos de carreira com uma energia que muitos consideram renovada.
Seja qual for o rumo sonoro do novo álbum, a confiança da banda no material agora concluído parece inabalável. A frase sucinta do anúncio — “Our new album is now written and ready to be recorded in December.” — transmite uma sensação de determinação e entusiasmo. E, vindo dos MOONSPELL, é suficiente para agitar toda uma comunidade que continua a ver na banda de Lisboa uma das mais autênticas expressões do metal moderno.