É sabido que Fred Durst e os LIMP BIZKIT sempre tiveram o seu quinhão de haters, mas agora temos a certeza que o guitarrista dos SLAYER, o sempre irrascível Kerry King, era um deles. Mais que isso, o thrasher ficou tão frustrado com a ascensão massiva que a banda de nu-metal viveu no final dos 90s que considerou genuinamente abandonar de vez a sua carreira no mundo da música. Numa entrevista de 2017 com o site uDiscover, recuperada recentemente pela Metal Hammer UK, Kerry reflectiu sobre como se sentia em relação ao metal no final dos anos 90, altura em que o nu-metal tinha suplantado totalmente o thrash como a forma dominante de música pesada e bandas como os SLAYER estavam a tentar perceber como podiam acompanhar os tempos. No caso dos autores de «Reign In Blood», isso transpareceu no divisivo «Diabolus In Musica», de 1998, um disco em que abraçaram descaradamente estilos modernos e deixaram muitos fãs a sentirem-se traídos. “No final dos anos 90 senti-me realmente exausto durante algum tempo“, confessou King. “Pura e simplesmente, não conseguia perceber porque é que os Limp Bizkit eram grandes. Isso afectou-me — e cheguei ao ponto de nem querer tocar. Pensei: ‘se é este o caminho que a música está a levar, então que se f*da’. Odeio isto. Foi por isso que o Jeff Hanneman acabou por escrever uma grande parte do nosso álbum de 1998, o «Diabolus In Musica», que é muito funky para mim.”
Reforçando sua crítica ao «Diabolus In Musica», o guitarrista ainda acrescentou: “Esse foi o único álbum ao qual não prestei realmente atenção suficiente porque estava ressentido com o tipo de música que se tinha tornado popular na altura. Pensei que era uma coisa de miúdos universitários, e talvez tenha sido por isso que se tornou tão popular, não sei. Portanto, não dei ao «Diabolus In Musica» tanta atenção como provavelmente merecia, e a verdade é que nós não conseguimos mantero foco. Olhando para trás, estávamos apenas a dizer: ‘Tudo bem, como fazemos para os Slayer se encaixarem na sociedade de hoje?’ No entanto, esse é muito provavelmente o menos favorito dos álbuns que fizemos ao longo da nossa história. É o nosso «Turbo»“, concluiu o músico, referindo-se ao álbum em que os JUDAS decidiram encharcar o seu heavy metal de sintetizadores. Os SLAYER fizeram o seu espectáculo de despedida em Novembro de 2019, no Forum, em Los Angeles.