Os MASTODON estão, segundo Bill Kelliher, a receber “subsídio de desemprego”

A vida não está fácil para ninguém, isso é mais que óbvio. No entanto, também é inegável que os sectores da cultura e do entretenimento têm sofrido como gente grande. Já vos tínhamos dado conta de várias das bandas que foram forçadas a adiar ou cancelar digressões devido à pandemia do coronavírus e que receberam empréstimos PPP (Paycheck Protection Program) do governo norte-americano para poderem apoiar as suas equipas técnicas que têm estado sem trabalhar. Agora, falando ao Quarantinecast, da Metal Sucks, Bill Kelliher, o guitarrista dos MASTODON, falou mais pormenorizadamente acerca das dificuldades financeiras que a sua banda está a passar de momento.

Vistos de fora, os titãs do metal de Atlanta são bastante grandes no nosso mundo — tocam em grandes salas e em grandes palcos de festival e até já ganharam um GRAMMY em 2017. No entanto, no meio da pandemia todos esses sucessos não os mantiveram adequadamente à tona… E, como sabemos, esta é uma situação generalizada para os músicos que vivem, literalmente, da música a tempo inteiro. Segundo Bill, os seus investimentos em imóveis e o “emprego estável” da mulher têm ajudado a que as coisas não estejam assim tão más do lado dele, mas os MASTODON foram forçados a cobrar um subsídio de desemprego para ajudar a pagar as despesas da sua equipa de trabalho.

Não há dinheiro a entrar”, explica o guitarrista.Não há grandes cheques de royalties a entrar na nossa conta todos os meses. E essa é a verdade… Porque as pessoas não compram música. Quer dizer, há um pouco de publishing residual e outras coisas, mas isso são amendoins. Não é nada. Se tivermos sorte, são pagamentos trimestrais de alguns milhares de dólares… E é tudo dinheiro tributável. Basta imaginar que estás sem trabalhar mais um ano. Quer dizer, eu estou desempregado. Os Mastodon são uma empresa e temos funcionários. Estamos todos sem trabalho. E, como tínhamos esta opção de solicitar o subsídio de desemprego, porque pagamos para ele com os impostos, decidimos usá-lo”.

O músico continua: Não estamos a vender discos, não estamos em digressão. É daí que vem todo o nosso dinheiro: acordarmos todos os dias, subimos a um palco e tocamos por uma hora. Fazemos isso indefinidamente por todo o mundo. Neste momento, como é óbvio, não podemos fazê-lo e não sei se algum dia seremos capazes de o fazer de novo“. No passado dia 11 de Setembro, a banda de Atlanta editou uma colectânea intitulada «Medium Rarities», que reúne uma série de versões de temas clássicos, contribuições para bandas-sonoras, instrumentais, lados B e gravações ao vivo. No total, são 16 temas, 14 dos quais nunca tinha estado disponíveis nos serviços de streaming.