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Perucas, ferraris e bigodes porno; ou como os ELECTRIC CALLBOY se transformaram num fenómeno [entrevista]

Este fenómeno viral alemão vai finalmente estrear-se em Portugal já amanhã, 12 de Fevereiro, num LAV - Lisboa Ao Vivo completamente esgotado. Em antecipação à festança, estivemos à conversa com o vocalista e teclista Kevin Ratajczak.

José Miguel Rodrigues Por José Miguel Rodrigues
11 de Fevereiro, 2023
Em ENTREVISTAS, PARA LER
Reading Time: 10 mins read
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A menos que tenhas estado a viver debaixo de uma pedra durante os últimos 24 meses, provavelmente já ouviste – ou, mais precisamente, viste – o fenómeno da internet que é «Hypa Hypa», dos ELECTRIC CALLBOY. Nem um ano depois do EP «MMXX», os músicos alemães lançaram finalmente o seu há muito esperado novo álbum que, agora, serve de mote à TEKKNO WORLD TOUR 2023, rota que os trará pela primeira vez a solo nacional para um concerto único, a 12 de Fevereiro, no LAV – Lisboa Ao Vivo. Mostrando que, afinal, até na pandemia é possível encontrar algo bem positivo, depois de terem passado os últimos anos a “viralizar” de forma exponencial uma e outra vez, os músicos alemães vão trazer na bagagem a novidade «TEKKNO», sucessor de «Rehab», que foi lançado a 9 Setembro do ano passado através da Century Media. “É incrível podermos por fim apresentar o novo álbum ao mundo”, diz o vocalista e teclista Kevin Ratajczak. “Criado numa época sem espectáculos ao vivo, colocámos toda a nossa paixão, energia e loucura neste disco. Na verdade, nunca foi tão intenso escrever música nova.”

Depois de terem visto a pandemia gorar-lhes os planos de continuarem a sua conquista do mundo em constantes tours – esmagados pelas medidas de shutdown global da música ao vivo na Primavera de 2020 –, em vez de se deixarem abater, os ELECTRIC CALLBOY, que são gente com bom humor, boa disposição e muita criatividade, enfiaram-se num estúdio. Além de criarem novos singles, deram novas roupagens a uma seleção de alguns dos seus temas mais conhecidos e apresentaram um novo vocalista limpo, Nico Sallach, anteriormente dos TO THE RATS AND WOLVES. O EP «MMXX» foi lançado a 11 de Setembro de 2020 e revelou-se um enorme sucesso, com os músicos a recuperarem toda aquela diversão despreocupada dos primeiros tempos da banda e a colocarem o pedal no metal, dando origem a uma colorida festa de metalcore injectado de electrónica. Metidos numa proverbial montanha-russa sonora, sacaram da cartola o single «Hypa Hypa», que entretanto já soma mais de 21 milhões de streams nas mais populares plataformas e mais de 11 milhões de visualizações no Youtube – com tendência a aumentar a cada novo dia que passa. Resultado, durante a pandemia, a banda conseguiu transformar-se num sucesso mundial e olhou para este sucesso sensacional como uma boa oportunidade para se reinterpretar, o que resultou numa mudança de nome, do anterior Eskimo Callboy para o atual, a 9 de Março de 2022. O processo de transformação culminou com «TEKKNO», um disco em que o grupo se apoia em toneladas de energia e divertimento para oferecer aos seus fãs uma bomba de metalcore, vertente electronicore, fulminante e inigualável.

Estão juntos há doze anos e começaram a banda quando ainda eram muito novos. Alguma vez pensaste que iriam ficar juntos durante tanto tempo e tornar-se tão grandes como são hoje?
Não, não tínhamos sequer grandes objectivos quando nos juntámos no início. É lógico que, a partir de determinada altura, sentimos necessidade de traçar algumas metas, mas sempre tentámos ser tão modestos quanto possível ao fazê-lo, porque sabemos que as pessoas acabam quase sempre por desiludir-se quando almejam demasiado alto – sobretudo na indústria musical. Tendo isso em mente, fomos estabelecendo apenas pequenas metas e fomos sempre trabalhando no duro para as conseguirmos atingir. Posso dar um exemplo concreto. Passámos vários anos a fazer as nossas digressões numa carrinha e, como tantas outras bandas, sonhávamos com aquela possibilidade de andar em viagem num tourbus a sério. Quando conseguimos fazê-lo, sentimo-nos como estrelas do rock – o que, olhando para trás, é uma verdadeira loucura. [risos]

Comparando com o que conquistaram entretanto?
Sim. Actualmente temos o nosso próprio festival e outras coisas desse género, mas nada disso nos caiu no colo de um dia para o outro. Trabalhámos muito para estar na posição em que estamos e eu tento sempre ser ambicioso, estou sempre à procura de mais, porque acho que é essa vontade de ir mais longe que nos permite continuar aqui, a fazer isto. Não somos idiotas, também já não somos assin tão ingénuos, mas o nosso crescimento tem sido sempre uma espécie de reacção à forma como as pessoas respodem ao que fazemos. E, claro, também sabemos que é importante manter os pés na terra, sermos autênticos e, acima de tudo, honestos. Tudo isso é crucial para construír um carreira duradoura e sinto que somos muito sortudos por termos passado por todas essas etapas até chegarmos aqui.

Caso contrário, um sucesso enorme como o que atingiram com a «Hypa Hypa» podia perfeitamente ter-vos feito implodir no espaço de poucos meses.
Exactamente! Eu gosto de comparar a fama, a popularidade, ao dinheiro. Há pessoas que ganham a lotaria, recebem uns quantos milhões de euros e, depois, não conseguem lidar com isso. Pura e simplesmente, passam-se, começam a gastar sem cabeça e, num espaço de meses, rebentam com tudo o que ganharam. Quando dão por isso, vão olhar para o saldo da conta e foi-se tudo. Nós tentamos fazer as coisas com cabeça, mas sim… É provável que, se aquilo que aconteceu com a «Hypa Hypa» tivesse acontecido quando lançámos o primeiro disco, também não soubéssemos muito bem como lidar com a situação. Essa “fama”, e esses níveis de exposição, podiam facilmente subir-nos à cabeça e estragávamos tudo. Acho que é muito saudável crescer passo a passo, que foi o que se passou connosco.

Em doze anos de carreira, aposto que houve altos e baixos. Quais foram, para ti, o ponto mais alto e o ponto mais baixo da carreira dos Electric Callboy até ao momento?
É engraçado, porque o ponto mais alto acaba por estar ligado de uma forma muito próxima ao ponto mais baixo. Desde que começámos, todos os anos fomos sentido que estávamos a crescer; pode parecer estranho, mas a verdade é que conseguimos estar nessa rota ascendente durante uma série de tempo. Depois, separámo-nos no nosso antigo vocalista e foi quase como se o nosso mundo tivesse desabado. Essa decisão levantou uma série de questões e, às tantas, nem sequer sabíamos bem se nos íamos safar. Será que fazia sentido continuarmos? Esse momento foi, sem qualquer dúvida, o mais negro do nosso percurso. Às tantas, até os nossos próprios parceiros, as pessoas com que trabalhávamos há uma série de anos, começaram a questionar o nosso futuro e o futuro das nossas relações de trabalho.

De que forma é que isso te afectou? Ponderam mesmo parar?
Passei por uma fase de muitas dúvidas e, claro, essa ideia de que tudo podia acabar esteve sempre presente. Isso fez-me questionar tudo, mas lembro-me do dia em que falámos no nosso estúdio e, naquele momento, percebemos que não fazia sentido fazer outra coisa que não fosse seguir em frente. Os Electric Callboy são o nosso bebé, não há nada a fazer – tínhamos de, pelo menos, tentar dar o passo seguinte. E decidimos ali, naquele momento, que íamos começar a procurar um novo vocalista. Quando encontrámos o Nico começámos logo a trabalhar em material e, no dia em que lançámos a «Hypa Hypa», estava de férias com a minha, a tentar relaxar, mas sentia-me muito ansioso porque sabia que as reacções ao tema podiam ser decisivas em relação ao futuro do grupo. As pessoas estavam todas de olho em nós e, se as coisas não tivessem corrido bem, acho que a nossa carreira teria terminado mesmo ali.

Aconteceu exactamente o contrário.
Foi incrível! De um momento para o outro, comecei a receber notificações em catadupa… Cada vez que fazia refresh nas páginas, apareciam milhares de novos comentários, as visualizações do clip aumentavam a uma velocidade vertiginosa – e, nesse momento, percebi que ia ficar tudo bem. Sinceramente, estou a ficar arrepiado só de me lembrar. Talvez por isso, apesar de já ter tocado para muita gente, de ter actuado em festivais para 20,000 pessoas e tudo o mais, esse dia, esse dia em que percebi que íamos continuar a crescer e a fazer aquilo que adoramos, foi o ponto mais alto da nossa carreira. É quase impossível descrever por palavras a força e as vibrações positivas que as reacções do pessoal trouxeram de volta ao grupo.

E se não tivesse sido corrido bem, tinhas um plano B?
Claro. Quando isso tudo aconteceu já estávamos a viver da banda, por assim dizer, e não somos propriamente miúdos, por isso já estamos numa idade em que temos responsabilidades e contas para pagar. Esta banda é o nosso sonho, é a nossa paixão, é a nossa vida, mas infelizmente os sonhos não pagam contas a ninguém. Além disso, não quero ter 50 anos e andar por aí a tocar em associações de jovens, por isso tive de ser o mais realista possível em relação ao que se estava a passar e, com a hipótese da nossa carreira ter chegado ao fim a tornar-se tão real, é óbvio que me vi inevitavelmente forçado a começar a pensar em alternativas viáveis. Não posso negar que, por momentos, me vi a trabalhar no negócio da minha mulher, a fazer merdas de escritório ou o que quer que fosse para continuar a sustentar a família. Talvez seja por isso que estou tão feliz de ter oportunidade de continuar a fazer isto. [risos] A sério, as coisas têm estado a correr tão bem que só quero viver este momento. Carpe diem! Eu sei que todas as coisas têm um fim, que esta banda vai ter um fim, mas quero aproveitar ao máximo esta nova oportunidade que nos foi dada.

Falaste em oportunidade; sentes que vos foi dada uma espécie de segunda vida?
Sim, acho que sim. Aquela mudança de vocalista era algo que tinha mesmo de acontecer. Continuo a gostar muito do que fizemos no nosso álbum anterior, o «Rehab», mas o processo de gravação e composição não foi nada divertido. E não foi para fazer as coisas assim que escolhi ser músico. Pura e simplesmente não tinha sequer vontade de ir para o estúdio, tivemos de fazer demasiados compromissos e, de certa forma, acho que estávamos a perder a essência do que são os Electric Callboy. É difícil dizer isto, mas separarmo-nos do Sushi foi a melhor decisão que podíamos ter tomado, tanto para nós como para ele. Voltámos a ser felizes outra vez e, mais importante, recuperámos a nossa autenticidade, que é algo que não tem preço. Por uns momentos deixei de ter vontade de sorrir e acho que foi sobretudo isso que me fez questionar o nosso futuro. Não fazia sentido continuar com a banda se não nos estavámos a divertir, sabes? E percebemos que o problema nem sequer era a música; não nos estávamos a divertir porque a vibração entre nós não era boa, portanto tivemos de revolver esse problema.

A «Hypa, Hypa» foi, segundo reza a lenda, a primeira canção que escreveram juntos com a nova formação. Percebeste que tinham um êxito deste calibre em mãos?
Há coisas que podemos planear, e nós queríamos deliberadamente recuperar aquela vibração que tínhamos em 2010, quando começámos o grupo. A ideia era fazermos o que nos apetecesse e, de certa forma, encarámos o processo de composição de forma totalmente livre, como se fossemos uma banda totalmente nova. Essa liberdade tornou todo o processo muitíssimo inspirador, ao contrário do que se tinha passado no «Rehab». Lembro-me que, a dada altura, já tínhamos um par de temas prontos e tivemos de decidir qual íamos lançar primeiro. Falámos e todos achámos que a «Hypa, Hypa» era uma canção louca – de certa forma estranha, até. No entanto, pareceu-nos que seria uma óptima ideia ir em frente e chocar as pessoas. Pessoalmente, sempre adorei o tema e tinha um bom feeling em relação ao que poderia acontecer, achava que ia haver por aí gente que ia gostar. No entanto, e respondendo à tua pergunta, é óbvio que nunca poderia ter imaginado que ia haver TANTA gente a delirar com a canção. Isso foi, sem dúvida, surpreendente.

O tema foi lançado na altura perfeita; as pessoas estavam a sair lentamente de meses e meses a viver em lockdown e precisavam de divertir-se.
Sem dúvida! Acho que estivemos definitivamente no lugar certo, à hora certa. Isso é algo que não podíamos ter planeado, mas que correu bem. E sejamos honestos, o vídeo-clip também foi muito importante para o tema de transformar naquilo em que se transformou. Divertimo-nos imenso a fazê-lo e, felizmente, as pessoas divertiram-se imenso a vê-lo, por isso foi perfeito. Não digo que a canção não pudesse ter sido bem sucedida se não tivéssemos gravado aquele vídeo, mas tenho a certeza que não teria sido um sucesso tão grande.

Nesta digressão vão actuar finalmente pela primeira vez em Lisboa e imagino que seja sempre entusiasmante tocar em sítios onde nunca estiveram antes. Que expectativas tens para esta estreia por cá?
Bem, para além de ser a nossa primeira vez em Lisboa, vai ser também a nossa primeira vez em Portugal – e estou muito feliz por chegarmos finalmente aí. Já estive no país duas vezes, apenas a fazer férias, e… [risos] Acredita que não te vou dizer isto por seres português, isto não é só mais uma treta daquelas habituais que os músicos dizem aos jornalistas. Sou um tipo viajado, já estive em muitos sítios interessantes, mas a verdade é que, sempre que chegas a um país onde nunca estiveste, gostas ou não gostas de lá estar. Sentes-te imediatamente confortável ou não te sentes confortável, sabes? Acaba por ser tão simples quanto isso. Quando estive em Portugal, passei uns dias no Algarve, andei a viajar pelo país, fiz surf em vários sítios da costa atlântica e senti-me logo confortável. Não sei bem explicar porquê, mas foi o que senti. As pessoas são muito amistosas, em todo o lado – seja nas cidades ou nas zonas mais rurais. Portanto, tenho expectivas altas para esta estreia em Portugal, claro. Quando já tens uma ligação com determinado sítio, é muito bom teres oportunidade de regressar lá com a tua banda. Portanto, posso garantir que o espectáculo em Lisboa vai ser bem divertido e que, como sempre, vamos dar tudo o que temos para dar.

Tags: electric callboyelectronicorehypa hypalive musicmetalcoreunderground
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José Miguel Rodrigues

José Miguel Rodrigues

A venerar o poder do riff há mais de três décadas, começou a dar os primeiros passos no underground através do tape-trading e das fanzines, e durante anos aperfeiçoou a entretanto desaparecida arte do corta e cola. No final dos 90s começa a colaborar com o jornal BLITZ e, uns anos depois, marca presença na génese das revistas RIFF e LOUD!, onde se mantém até hoje como director. Acumula discos na esperança de, um dia, aparecer no programa «Hoarding: Buried Alive».

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