“QUEM ASSUME A DECISÃO DE ACABAR COM A CULTURA?”

Segundo um manifesto da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), que promove um protesto no próximo Sábado, dia 21 de Novembro, em Lisboa, o mercado dos espetáculos no nosso país registou uma quebra de 87% face a 2019.Com o agravamento das medidas nas últimas semanas e a sua continuidade, ou até um eventual novo confinamento social, não será difícil que esta quebra possa atingir os 90% até ao final do ano“, avançam. Tendo em conta isso mesmo, para a associação, “é chegado o momento de os decisores políticos dizerem o que querem para Portugal, no que respeita à Cultura e às manifestações artísticas enquanto fatores capitais e determinantes para a vida de cada indivíduo e enquanto fatores de coesão e de progresso da sociedade e dos cidadãos. É chegado o momento de nos dizerem, a todos nós, a 130.000 trabalhadores deste país, se somos merecedores de um tratamento e de um olhar em detalhe para o nosso sector pois acreditamos que somos um bem essencial na sociedade.

No mesmo manifesto, a APEFE avança ainda uma série de questões, às quais considera que é preciso responder, de forma “clara e inequivocamente”.Fechamos auditórios, salas de espetáculos, teatros? Vale a pena manter as galerias e promover exposições? Para que serve afinal um centro cultural ou um teatro? E os festivais de cinema e as salas de exibição de filmes? O que dizer das livrarias? Acabamos com os festivais e com os concertos? E o que dizer de toda a cadeia de valor associada às atividades artísticas e culturais? E os cruzamentos com os outros setores da Economia?”, questiona a associação. Reiterando que “o sector privado da Cultura é responsável por mais de 80% das receitas de bilheteira no nosso país“, surge um alerta: “Os promotores, as salas, as empresas de audiovisuais e equipamentos para espetáculos, os artistas, os autores, os agentes, os produtores, os técnicos, e profissionais dos espetáculos estão sem chão”.

De forma a evitar “o aumento dos desempregados“, “as falências e as insolvências das empresas“, “as mudanças de profissão com a perda de competências altamente qualificadas” e “danos irreparáveis para a saúde mental de toda a sociedade se esta actividade for interrompida“, a Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos
reclama um apoio a fundo perdido da “Bazuca Europeia”
correspondente a 20% da quebra de facturação das empresas e a 40% no rendimento de artistas, técnicos e profissionais dos espectáculos, o adiamento, por mais um ano, das moratórias e dos créditos empresariais até Setembro de 2022, acesso a linhas de crédito, Além disso, reclamam ainda que não afastem o público, sabendo que todos os espectáculos ao vivo são realizados de acordo com a regras sanitárias, acrescentando que “a recuperação de todo este sector empresarial demorará anos, todo este tecido está muito fragilizado, mas ainda o podemos salvar“.