“Queremos um dia voltar!”, dizem os técnicos de espectáculos

Mais de um milhar de técnicos nacionais de espectáculos estiveram reunidos ontem, terça-feira, 11 de Agosto, no Terreiro do Paço, em Lisboa, naquele que foi um protesto organizado pela Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE). No enorme terreiro frente ao Tejo foram colocadas centenas de flight cases para servirem de assento aos técnicos, muitos deles sem trabalho há seis meses, que ali se juntaram em massa e fizeram notar o seu descontentamento usando os seus recursos técnicos. Como podes ver no vídeo em baixo, nas fachadas dos edifícios circundantes foi reproduzido um colorido vídeo mapping composto por fotografias dos espaços vazios, armazéns cheios, empresas vazias e várias frases que reflectem o estado de espírito do sector. Em declarações à ARTE SONORA, o presidente da APSTE, António Martins, explicou que a manifestação “decorreu de forma ordeira, como era esperado“, reunindo “mais de 1000 profissionais», que serão recebidos amanhã “pelo Ministério da Economia e por alguns grupos parlamentares, pelo menos do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda“. A indústria dos eventos tem sido particularmente devastada pela pandemia, com o cancelamento total de todos os espectáculos marcados desde Março. Formada por mais de uma centena de empresas responsáveis pelo serviço técnico de eventos em Portugal — responsáveis por uma facturação superior a 100 milhões de euros no ano passado — a APSTE pretende contribuir para a definição e regulamentação do sector e apoiar o desenvolvimento destas empresas, que representam mais de 1000 postos de trabalho directos e cerca de 3000 indirectos, entre os quais se encontram técnicos de som, iluminação, vídeo, riggers, stage hands, entre outros profissionais.