TOCA MADERA
«Toca Madera»
[Demons Records, 2019]
É verdade que tenho tido uma certa queda para EPs de bandas a tocar hard rock/heavy metal em espanhol ou francês… e por isso este cai aqui que nem uma luva. O CD de estreia dos espanhóis Toca Madera traz-nos cerca de 25 minutos de música que parece saída directamente dos anos 80. Na realidade é praticamente uma banda de rock, nem lhe faltando uma espécie de balada («Polvos Mágicos»), mas chega ao peso do som metálico diversas vezes ao longo dos temas, sobretudo logo de entrada, em «No Matarás», e à saída, em «Enfréntate a él», este porventura o melhor e mais pesado do EP, com um impressionante trabalho de guitarra. Pelos vistos o calor de Jaén não impede a existência de uma boa cena metálica local, que tem aqui uns dignos continuadores dos primórdios do metal espanhol.
TERRIFIER
«Weapons Of Thrash Destruction»
[Test Your Metal Records, 2017] Regra geral não sou um seguidor particularmente atento das bandas mais recentes de thrash metal mais directamente influenciadas pelo som da Bay Area… Raramente acho que façam alguma coisa que sobressaia minimamente face aos álbuns originais dos grandes nomes da época dourada que os anos 90 enterraram. De vez em quando, porém, surge um lançamento qualquer que me agarra a atenção. Recentemente ouvi o segundo álbum dos canadianos Terrifier e efectivamente foi o caso. É realmente uma jarda absolutamente do caraças, uma batida frenética e estonteante, uma voz injectada de raiva, riffs poderosos e precisos e solos de fazer cair o queixo. E nem um pingo de influências “modernas”! Para quem gosta de thrash metal como deve ser, agressivo, bem gravado e muito bem tocado (sem cair em masturbações ultra-tecnicistas) este CD é sem dúvida das melhores coisas gravadas neste milénio.
MALLEUS
«Night Raids»
[Atomic Force Records, 2018]
Este é o segundo EP dos Malleus, mas enquanto o primeiro tinha a duração de um álbum, este só tem mesmo duas músicas (mesmo assim, com quase nove minutos cada uma). Os Malleus são um trio de Boston que toca um black punk metal bastante corrosivo, muito influenciado por Hellhammer e Discharge. O som é cru e primitivo mas forte e nem lhe falta uma espécie de solos que também lembram, na sua técnica, os velhos tempos de Hellhammer e Celtic Frost. O lado A deste 12″ é mais rápido, o B é mais lento. No conjunto, um exercício muito bem conseguido de necromancia – a ressurreição dos black metals passados – e um belo EP que recomendo inteiramente.
