RESURRECTION FEST:
03.07.2019 [reportagem]

Quinze edições de RESURRECTION, e quem já lá esteve não se deverá surpreender com o que encontra. Ou talvez não seja assim. Está-se no dia zero, o da recepção ao campista, apenas com um palco aberto, neste caso o Ritual, onde sete nomes vão actuar. O caminho a fazer até ao norte da Galiza, tomou o seu tempo e no momento em que a LOUD! chega ao recinto, já os BACK IN TOWN e ARCHIVO ADXUNTO tinham tocado. Vários milhares reúnem-se à frente do palco, enquanto em cima deste um vocalista se entrega totalmente e empoleira nas grades tentando chegar a todos, anunciando querer “Inventar uma língua nova”, justificando não falar galego ou espanhol. Os olhos apuram-se, confronta-se horário e relógio e percebe-se que aqueles milhares estão a vibrar com os nacionais DEVIL IN ME. É a primeira data em muitos meses e parece que são os headliners do dia, não só porque se entregam como tal, mas também porque são assim recebidos. Entrar num festival e ser recebido com um momento destes, só augura o melhor.

ALINHAMENTO DEVIL IN ME: «The End», «Back Against The Wall», «Alive», «On My Own», «From Dust Till Dawn», «Break The Chain», «Brothers In Arms», «Celebration», «Only God Can Judge Me», «Soul Rebel», «Knowledge Is Power»

De barriga cheia com a actuação da banda nacional, a dos BURY TOMORROW até soube a pouco; mesmo energética, foi inferior há de uns meses atrás nas salas portuguesas. Daniel Winter-Bates nem por isso deixa de ser um excelente frontman, e foi curioso o momento em que perguntou quem era espanhol, quem era português e terminou com o comentário “dois países juntos, sem rivalidades”. Isto porque dos vários países representados no festival, Portugal é o que está em maior quantidade, a seguir a Espanha. Sete temas, foi o resultado, num alinhamento que se revelou curto e terminou com «Black Flame». Dificilmente se vê um mau concerto dos IGNITE, mas os californianos revelaram-se algo cansados e desinspirados, inserindo, pelo meio do set, versões dos Bad Religion, «We’re Only Gonna Die» e U2, «Sunday Bloody Sunday», terminando com «Live For Better Days» e «Bleeding». A noite terminou com um furacão, de seu nome KVELERTAK, que saiu a ganhar com a entrada de Ivar Nikolaisen, que lembra bastante Axl Rose quando novo. Ivar mergulhou na multidão logo ao segundo tema e não parou de correr pelo palco durante todo o concerto. Ao mesmo tempo, o som do sexteto norueguês, soa hoje mais a hard rock que nunca, com as três guitarras a impregnarem as malhas de um som próximo do heavy metal. «1985» continua a ser o hit por natureza, mas nesta noite todos os temas brilharam, naquele que não só foi o concerto da noite, como um dos melhores de todo o festival.

DEVIL IN ME
DEVIL IN ME
DEVIL IN ME
BURY ME TOMORROW
BURY ME TOMORROW
BURY ME TOMORROW
BURY ME TOMORROW
IGNITE
IGNITE
IGNITE
KVELERTAK
KVELERTAK