Por vezes a genialidade de um grupo começa na escolha dos títulos das músicas. Só aí já se desperta a curiosidade, a atenção pára sobre o título e a curiosidade leva à audição. O que se segue, nem sempre pode agradar, mas quando a oferta é tanta, chegar a ouvir já vence muitas barreiras.
“Baleias voadoras” é um daqueles títulos sem sentido, mas serve um riff monumental e um tema épico, com tanto de clássico como inovador. Oriundos de Bayonne, na França, os GOJIRA rodam à volta dos irmãos Duplantier, mais uma clássica dupla de guitarra e bateria, à imagem dos irmãos Van Halen ou Abbott. São um dos nomes que na próxima semana actuam no VOA – Heavy Rock Festival, por isso escolhidos para hoje. O seu som tão moderno quanto clássico, recheado de groove, certamente irá despertar a curiosidade entre aqueles mais conservadores que procurarão os bares, enquanto aguardam pelo último concerto dos Slayer em Portugal.
Com quase 25 anos de carreira, formados em 1996, são hoje um dos nomes maiores do metal francês, com uma humildade que dá lições a muitos nomes maiores. Gozando de grande popularidade por cá, começando mesmo a serem visitas regulares, os Gojira produziram até hoje seis discos de estúdio e serão, certamente, uma das propostas mais frescas e modernas do festival que reúne vários nomes consagrados.
Este tema quase poderia ter sido o título do álbum «From Mars To Sirius», de 2005. É a ele que alude a capa. Faixas como esta, a par de «Where Dragons Dwell» e «World To Come», foram marcantes na definição do som do grupo, com tanto de inovador como de clássico. No cartaz do VOA – Heavy Rock Festival, a escolher um dos temas que desfilarão nesses dois dias de festival como um clássico deste século, certamente será este, que dá pelo estranho título de «Flying Whales».