RETROVISOR: Holocausto Canibal, «Empalamento» (Steel Warriors Rebellion, Barroselas, 28 de Abril de 2017)

[Foto: Sónia Alexandra Ferreira / World Of Metal]

Natal é a festa da família, proclamam a toda a hora, por altura do evento, e há uma grande família que se envolve na produção do SWR — BARROSELAS METALFEST, a começar nos irmãos Veiga, passando para todos os habitantes da região que dedicam horas de trabalho ao festival e há ainda o family tree de bandas que regularmente vão ao evento.

Muitos começam no festival como simples frequentadores, depois formam a sua banda e, mais tarde, aparecem no palco a tocar. Outros, caso mais raro mas não invulgar, fazem-no em vários grupos. Na semana passada (re)visitou-se SERRABULHO, infelizmente com um footage de uma data diferente daquela em que versava o texto, e este grupo, que várias vezes pisou o palco do evento, tem vários elementos que antes já constavam do cartaz do festival, fosse com THANATOSCHIZO, fosse com HOLOCAUSTO CANIBAL.

Mas eles são mais, para lá de músicos omnipresentes, como o Jó dos THERIOMORPHIC ou Belathauzer dos FILII NIGRANTIUM INFERNALIUM, há outros que subiram ao palco com uma miríade de projectos. Os maiores exemplos serão Nocturnus Horrendus e J. Goat, dos CORPUS CHRISTII, que praticamente já integraram o festival com todas as formações a que pertenceram. O mesmo se passa com os membros dos HOLOCAUSTO CANIBAL, nome escolhido para o RETROVISOR de hoje.

Não há nenhum elemento da banda portuense, do presente ou passado, que não tenha pisado o festival integrando outro grupo, mas esta banda ainda reúne mais curiosidades, pois os dois guitarristas presentes neste vídeo viram o grupo, primeiro em Barroselas, longe de sonharem vir a integrar o mesmo. No grande livro do Metal Nacional, Barroselas tem necessariamente um capítulo pelos nomes que projectou, influenciou e ajudou a criar.

HOLOCAUSTO CANIBAL é um exemplo desses, um exemplo de familiar que em cada Natal viaja até à vila minhota e tenta apresentar o seu melhor para o momento, mesmo que isso implique encher o palco com pedaços de porcos e faça da actuação um banho de sangue. Zé Pedro, baixista, será um dos músicos recordistas, presente no palco em quase todas as edições, e estando entre aqueles que presenciou o primeiro evento. Foi nos bastidores de uma das edições do festival que se distribuíram as primeiras cópias de «Gonorreia Visceral», e desde que o grupo pisou os palcos que «Empalamento» é um dos pontos altos, mais curtos do festival, ele aqui aparece aos oito minutos de vídeo. Mais que um festival, em Barroselas há uma família que todos os anos, pelo Natal, recebe outros familiares mais distantes.