Provavelmente a melhor formação dos QUEENS OF THE STONE AGE, mesmo que efémera. A somar, o quase eclipsar daquela que é hoje a cara do grupo. Mas todos sabem que para fazer uma jóia brilhar, ela não pode estar rodeada de outras tão ou mais brilhantes, e este poderá ser um bom exemplo disso.
Na bateria Dave Grohl, mais conhecido das novas gerações como guitarrista e vocalista dos Foo Fighters, mas que se tornou conhecido por ocupar as peles nos Nirvana. Aqui mostra as suas qualidades na batida, fazendo desejar que o repetisse mais vezes. De costas, nos primeiros segundos, e a segurar o ritmo durante todo o tempo, Nick Olivieri, um mal-amado do rock, rebelde sem causa e o homem que colocou o desert rock no mapa. Dave tinha integrado a formação de QOTSA em fins de 2001, a tempo de gravar «Songs For The Deaf», integrando o grupo na digressão promocional, onde também estava Troy Van Leeuwen, guitarrista de A Perfect Circle.
«Songs For The Deaf» revelar-se-ia a plataforma de lançamento da banda, atingindo quase um milhão de vendas. Em 2004, Grohl sairia da formação para voltar aos seus Foo Fighters, sendo substituído por Joey Castillo. O comportamento borderline de Olivieri levaria a que fosse despedido do grupo, ficando Josh Homme como único elemento fundador e tornando os QOTSA o seu grupo, mais que nunca.
Esta fase fica também marcada pela presença de Mark Lannegan, o ex-Screaming Trees, numa actuação bem melhor do que aquela com que nos tem presenteado nas recentes passagens por Portugal. Na realidade também para ele, esta passagem pelos QOTSA se revelaria um ponto de viragem, estabilizando a sua carreira a partir daqui.
É fácil de encontrar todo o concerto na íntegra e seria injusto extrapolar a partir daqui que a actuação de Josh é apagada. O vocalista e guitarrista tem a possibilidade de brilhar ao longo de outros temas, mas a forma como é completamente apagado aqui, não deixa de ser simbólica e permite perceber porque, para muitos, é após esta fase que se marca o declínio de QOTSA, provavelmente uma observação exagerada, mas aquela troca de olhares aos quarenta e um segundos, é irrepetível: músicos experientes a divertirem-se em palco, fazendo a música pelo prazer e não pela obrigação de mais uma data. Priceless!
Uma nota final para referir que os “nossos” The Parkinsons actuariam no mesmo palco no dia seguinte!