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ROB ZOMBIE: MÚSICA, SUSTOS E TERROR EM TECHNICOLOR | UMA RETROSPECTIVA

ROB ZOMBIE, senhores e senhoras! Com toda uma marca construída em torno das ideias de medo, espectáculo e, agora mais determinante que nunca, escapismo, fazemos o raio-X a uma carreira dominada por grandes grooves e muitos sustos.

A carreira artística de mais de trinta anos de ROB ZOMBIE tem sido uma proverbial viagem numa montanha-russa como as que vemos nos filmes – rápida, caótica, intensa. E só isso bastaria para lhe traçarmos rasgados elogios. Afinal, quando são os artistas que, três décadas depois de terem dado os primeiros passos, continuam a manter-se relevantes, a surpreender e a arrastar multidões? Pois é, só mesmo os iluminados.

Com a sua estética muito própria e uma garganta de cascalho, o músico e cineasta norte-americano nunca se curvou às noções populares de bom gosto, mas o que realmente o torna genial é o facto de ser tão hábil com um pincel ou câmara de cinema quanto com um microfone. Com toda uma marca construída em torno das ideias de medo, de espectáculo e, agora mais determinante que nunca, de escapismo, aproveitámos para fazer um raio-X a uma carreira dominada por grandes grooves e muitos sustos.

Desde o momento em que nasci até ao liceu, era como qualquer outro idiota. Não fazia nada. Digamos que não estava particularmente motivado. Quer dizer, importava-me apaixonadamente pelas coisas de que gostava e isso ajudou a tornar a vida boa. Tanto fazia: filmes, BD, arte, sabes como é.” –Rob Zombie, em conversa com o comediante Brian Posehn, em Janeiro de 2021

Nascido Robert Bartleh Cummings em 1965, o nosso protagonista teve uma infância normal, mas com vários twists, que acabam por justificar toda a estética, única apesar de inspirada por uma tradição shock rock que o antecedeu nos idos de 70, que tem dominado de forma indelével o seu output artístico ao longo de mais de três décadas. Cresceu numa família trabalhadora, “totalmente normal. Não eram pais hippies esquisitos”. As palavras são do próprio Zombie, em conversa de arquivo datada de 2001.

O músico estava, na altura, a promover o seu segundo disco a solo, «The Sinister Urge», e – algo impensável nos dias que correm, o que explica bem o quanto cresceu desde então – tinha acedido a falar com um jornalista português. Hoje, sempre envolvido em milhentos projectos, parece ter muito mais que fazer que andar a dar entrevistas. Provas faltassem, o e-mail que recebemos da responsável pela promoção de «The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy», o primeiro disco que grava em cinco anos, foi perentória – “no interview, sorry”.

Felizmente, neste caso há uma boa história para contar, um percurso fantástico, como a televisão que encantou o pequeno Robert logo desde muito pequeno. Crescido numa família com tradição circense e adoptado pelo pequeno ecrã, estavam lançadas as sementes para o personagem em que se transformaria anos mais tarde. “Quando era pequeno, havia muito terror na televisão”, recordou-nos numa conversa que não chegou a ultrapassar os vinte minutos, publicada originalmente no ainda jornal BLITZ. “Estávamos no final dos anos 60, e houve uma espécie de boom do terror: revistas como a Creepy e Vampirella; havia The Munsters, The Addams Family, The Twilight Zone, The Outer Limits na TV. Até as sitcoms tinham um toque de horror.

Como em muitos casos registados entre quem nasceu até a MTV ter deixado de passar vídeo-clips, a música veio por arrasto, também pela televisão. “Todas aquelas séries tinham ligações musicais. Acho que foi isso que me viciou na música”. Mesmo através de um pequeno gravador de micro-cassetes, com a fita meio comida, percebe-se o entusiasmo do músico. “Lembro-me de já estar obcecado por bandas na creche. Todos os programas infantis tinham música. Eu cresci a ver a The Banana Splits Adventure Hour, e os Banana Splits eram uma banda. Os Groovie Goolies tinham uma banda. Os The Archies – todos os desenhos animados tinha uma banda!”.

Resumindo: televisão. Olha-se para tudo o que fez ao longo dos anos, da música aos vídeo-clips, passando pelos filmes, pelos episódios para séries como o “CSI: Miami” e até por uma breve aventura com o selo Zombie-A-Go-Go Records, está tudo ali: os sustos com que cresceu no pequeno ecrã, o ambiente, meio decadente e assustador do circo, num misto de fantasia e realidade hiper-colorida, granulada, cheia de gente feia, suja e má.

Gostava muito dos KISS, mas identificava-me muito mais com o Alice Cooper. Foi a inspiração para formar uma banda. Adorava os KISS, mas não queria ser como eles… Além disso, achava que o Gene Simmons era o único gajo fixe na banda!” – Rob Zombie em conversa com António Freitas, para a LOUD!, em 2001.

Em termos práticos, o primeiro passo do jovem Rob em direcção ao Zombie que hoje conhecemos só começa, efectivamente, no momento em que um jovem artista, segundo o próprio, sem grandes aspirações, se mudou do Massachusetts para Nova Iorque no início dos anos 80. Ingressando na Parsons School Of Design, foi aí que conheceu e começou a namorar Sean Yseult, com quem formaria os WHITE ZOMBIE em 1985.

Embora hoje seja vista como como incontornável, a maioria das pessoas conhece a banda como uma trupe multicolorida e meio freak, a tocar horror-metal sujo e excêntrico, carregado de samples, um groove que se entranha no corpo e ENORMES riffs. No entanto, antes do Beavis e do Butthead os terem transformado num sucesso multi-platinado, os músicos começaram por tocar aquilo que hoje se classifica como noise rock, fazendo uma abordagem barulhenta que conjurava elementos dos Black Flag, Butthole Surfers, The Doors, The Birthday Party e X numa poção cacofónica.

Os White Zombie e os Pussy Galore assinaram com a Caroline mais ou menos na mesma altura e fizeram vários concertos juntos”, revela Bob Bert, que tocou bateria nos Sonic Youth até 1985, juntando-se depois a nomes como Jon Spencer e Neil Hagerty, nos Pussy Galore, no livro «It Came From N.Y.C.». “Os White Zombie faziam as primeiras partes dos nossos concertos. Os Pussy Galore tinham um conceito e um público muito mais claros e, na época, parecia que íamos ter um futuro muito mais brilhante. Os White Zombie, embora tivessem as suas influências muito presentes, eram muito mais uma banda caótica de noise rock do East Village que qualquer coisa parecida com groove metal.

Foi essa a sonoridade que Rob e companhia exploraram em dois álbuns e quatro EPs, todos gravados entre 1985 e 1989. Sem serem maus discos, a verdade é que «Soul-Crusher» e «Make Them Die Slowly» não ficaram para a memória, algo que mudaria radicalmente quando a música se foi tornando menos angular e mais ritmada, e os interesses do frontman, particularmente a sua paixão pelos Misfits e pelos filmes de terror italianos, se começaram a notar de forma mais clara. Aí, destacaram-se da malta dos jeans rasgados como um gigantesco polegar verde fluorescente, num cenário pós-apocalíptico.

Acho que a percepção mais comum dos White Zombie e do Rob Zombie tem a ver com o groove metal e o uso de electrónica”, diz Grayson Haver Currin, o autor das notas incluídas em ‘It Came From N.Y.C.’, livro que não deixa pedra sobre pedra no que toca à documentação da carreira do grupo. “A verdade é que, em determinado momento, os White Zombie foram uma banda muito diferente. Durante vários anos, foram uma banda muito volátil numa cena muito volátil. Depois percebeu-se que eram diferentes do resto do pessoal da cena de Nova Iorque, porque estavam incrivelmente interessados no lado visual. Acho que essa foi uma das coisas que os diferenciou. Tinham uma estética deliberada. Isso teve muita importância no sucesso do Rob e dos White Zombie.

Com uma formação composta por Zombie na voz, Yseult no baixo, Jay Yuenger na guitarra e Ivan de Prume na bateria, a banda gravou «La Sexorcisto: Devil Music Volume One», o primeiro álbum para a Geffen Records, em 1991.

Os White Zombie eram um grupo inteligente. Sempre foram feitos para serem maiores do que a vida, eles não iam ser para sempre uma coisa punk rock esquisita e insular. Mas lá está, não conheço ninguém que pudesse ter previsto que o Rob Zombie se transformaria num herói para cada adolescente fodido nos Estados Unidos” – Gerard Cosloy, o co-proprietário da Matador Records e fervoroso apoiante dos White Zombie, em declarações à Rolling Stone em 1999.

Em 1992, a expressão “heavy metal” tinha-se transformado num palavrão. A identidade do género estava transformada numa sombra medonha da fome criativa que, na década anterior, o tinha tornado fenomenal. O thrash tinha perdido a garra, com a fúria satânica a dar lugar a épicos de sete minutos, enquanto o death e o black metal soavam barulhentos demais para os ouvidos menos treinados. Ser uma pessoa estranha, que gosta de fumar charros, ver filmes do Vincent Price e ouvir uns álbuns dos KISS era, ao que parecia, uma coisa do passado. Só que não.

Como um néon brilhante, o «La Sexorcisto: Devil Music Vol. 1» chegou aos escaparates e os WHITE ZOMBIE transformaram-se num monstro musculado que mudou a forma como a música pesada era vista até então. Apoiados em todas as cores e estranhezas do rock alternativo, mas com a melancolia substituída por grandes riffs, os quatro músicos lembraram aos fãs que não havia limites no metal. Claro que as primeiras pessoas a defenderem realmente o álbum foram dois “idiotas” na TV: o Beavis e o Butthead tomaram o mundo de assalto com uma visão bem sarcástica da cultura pop e, naqueles tempos, podiam fazer ou quebrar uma banda com os seus comentários a vídeo-clips.

Com «Thunder Kiss ’65» e a sua visão psicadélica de monstros de Halloween a festejarem no deserto da Califórnia, a dupla Beavis empenhou-se a fundo em espalhar o som dos WHITE ZOMBIE. “Como é que estes tipos nunca aparecem na TV?” perguntava o Butthead, com a mesma dúvida que devia estar a assaltar milhares de telespectadores da MTV em casa. “Eles deviam passar este vídeo todos os dias”, retorquía o Beavis. Feitas as contas, a dupla animada estava apenas a passar a ideia de que, mesmo que o grunge e o rock mais alternativo tivessem introduzido novos níveis de vulnerabilidade e introspecção na música pesada, as pessoas ainda queriam ouvir canções poderosas e divertidas.

A aceitação foi tal que Rob, Sean e companhia passaram dois anos na estrada, depois de terem conseguido a sua primeira entrada na Billboard 200. Ao mesmo tempo, o frontman permanecia insatisfeito, dizendo à RIP Magazine em 1995: “Nunca fiquei particularmente feliz com esse disco. Em alguns aspectos, acho que foi provavelmente a melhor coisa que poderíamos ter feito naquela época, dadas todas as circunstâncias.

Pois bem, ao quarto álbum a banda mudou de formação, com John Tempesta (ex-Exodus e Testament) na bateria, Charlie Clouser (conhecido pelo seu trabalho com os Nine Inch Nails) nos teclados samples, e Terry Date sentado na carreira de produtor. Desta vez mais focados nas guitarras e no terror que no psicadelismo dos 70s, combinaram uma estrutura musical simplificada com uma produção exuberante, e transformaram-se num sucesso à escala global.

O que fizemos com a banda foi óptimo, mas nunca foi realmente divertido fazê-lo. Sempre foi uma espécie de pesadelo. Foi por isso que acabou. Na realidade, não acabou por qualquer outro motivo. Muita gente tem tentado reescrever a história, mas a verdade é que não há nada mais estranho do que, quando a tua banda finalmente fica grande e estás tocar em arenas lotadas e a vender milhões de discos, teres pavor de fazer parte daquilo tudo” –Rob Zombie, numa entrevista conduzida para a Believer Mag por Andrew Paul, em Novembro de 2017.

À medida que o grupo se tornava uma das maiores atracções dos 90s, fazendo digressões mundiais em estádios e ganhando discos de platina duas vezes, as fissuras no seio do grupo começaram a dar sinal e as estruturas começavam a ceder. Em 1998, enquanto gozavam de grande rotação na MTV, e dois anos depois de Robert mudar legalmente o seu nome para Rob Zombie, a banda separou-se. No seio do quarteto, o ambiente que se vivia era tóxico, agravado pelo facto de Rob e Sean se terem separado uns anos antes.

Nos quase vinte anos desde então, solidificou-se o cliché de um frontman a abandonar a sua banda para seguir carreira solo. No entanto, apesar de já ter editado a estreia em nome próprio quando a banda acabou, o músico sempre fez questão de afirmar que a ruptura tinha sido inevitável. A Gil Kaufman, da Rolling Stone, disse em Setembro de 1998, que acordou numa terça-feira de manhã e sentiu que tinha de fazer qualquer coisa. “Isto estava arrastar-se há demasiado tempo. Nessa manhã, estava a pensar sobre isso, liguei Jay e disse-lhe que precisávamos de falar todos ao telefone e perceber o que se estava a passar”.

Aparentemente, foi nesse telefonema que decidiram encerrar actividades, comunicando a situação à imprensa uns dias depois. Entretanto, a 25 de Agosto de 1998, tinha sido editado «Hellbilly Deluxe: 13 Tales Of Cadaverous Cavorting Inside The Spookshow International» que, sem ser uma quebra radical com o passado, conquistou corações com a sua sonoridade carregada de refrães monstruosos. Feitas as contas, quem estava a fazer luto pelo enterro dos WHITE ZOMBIE pôs de lado qualquer mágoa para com o músico e o álbum estreou no 5.º lugar da Billboard. Menos de três meses depois, foi certificado platina e, até o momento, já vendeu mais de três milhões de cópias, só nos Estados Unidos.

A viver confortavelmente, Rob, sempre inquieto, decide então explorar mais uma avenida da sua criatividade. Tendo em conta que o heavy metal e o horror sempre andaram de mãos dadas, o que surpreende agora, convenhamos, é que não tenha acontecido mais cedo. De resto, dada a sua longa história como músico antes de se tornar cineasta, nenhum outro realizador poderá reivindicar uma trajectória tão adequada para fazer filmes de terror como Zombie.

O interesse no género antecede claramente a sua carreira como músico, basta dizer que escolheu o título de um filme de terror de 1932, considerado por alguns como o primeiro de zombis, para a sua banda. Olhando para os concertos, para as capas dos discos, para temas como «Die Zombie Die», «More Human Than Human» ou «Dragula», é fácil perceber que, antes de se tornar cineasta, já estava a desenvolver na sua música muitos dos arquétipos do teatro, da estética, dos temas e dos personagens que mais tarde exploraria nos seus filmes de terror.

A estreia no cinema fez-se com “House Of 1000 Corpses” e o inferno da produção em torno do filme é lendário na história do cinema de culto. Tão odiado pela crítica como adorado pelos fãs, o projecto foi abandonado por dois estúdios diferentes e, eventualmente, lá chegou aos cinemas. Em muitos aspectos, a trajectória dessa estreia no cinema acaba por ser representativa do resto da sua carreira – incluindo mais sete filmes e cinco álbuns solo, todos lançados com vários graus de reprovação crítica e adorados de forma consensual por uma vasta legião de fiéis.

Para ser muito sincero, a malta dos White Zombie nunca se deu bem, por isso era difícil, para dizer o mínimo. Quando gravámos o «Astro Creep», ninguém esteve no estúdio ao mesmo tempo porque nos estávamos todos a dar mal uns com os outros. Portanto, ter uma banda com quatro pessoas que se dão muito bem e são melhores amigos faz uma enorme diferença.” – Rob Zombie, em resposta a um leitor da revista REVOLVER, como parte uma sessão de Q&A, em Janeiro de 2019.

Com o cinema a tomar precedência face à música entre 2007 e 2009, o músico parece ter voltado de vez ao rock a partir de 2010 e, chegados a 2021, na única entrevista publicada no contexto do novo álbum, garante que os cinco anos que nos separam de «The Electric Warlock Acid Witch Satanic Orgy Celebration Dispenser» foram mais uma questão de logística ensarilhada que outra coisa qualquer – afinal, estes temas já estavam mais ou menos prontos a gravar há cerca de dois anos. “Eu gosto de fazer discos durante longos períodos de tempo”, começou por explicar o músico ao comediante Brian Posehn, numa conversa incluída da mais recente edição da Revolver.

Trabalho nos temas, depois vamos em digressão. Eventualmente voltamos, trabalhamos mais um bocado e vamos para a estrada outra vez. Gosto de viver durante um bom período com as canções. Desta vez, no momento em que pensei ‘Oh, vou lançar isto, vamos começar a gravar’, foi exactamente quando o «3 From Hell», o meu último filme, começou a rolar. Fiquei a pensar que não fazia sentido lançar um álbum enquanto estava a fazer um filme, porque não poderia fazer nada para promovê-lo.

Tendo isso em mente, esperei até que as coisas assentarem e, quando estávamos a preparar-nos para começar de novo com o disco, vimo-nos forçados a lidar com o assunto COVID. E eu fiquei, tipo, ‘OK, nós vamos resolver isto’. Depois, às tantas, comecei a achar que, se calhar, não íamos resolver nada e as coisas podiam ficar assim para sempre – e foi aí que percebi que não fazia sentido estar a adiar mais as coisas, estava na altura de gravar e lançar o álbum.

Com edição a 12 de Março de 2021, «The Lunar Injection Kool Aid Eclipse Conspiracy» marca o primeiro registo de estúdio em quase cinco anos e já foi comparado por John 5 ao inovador «Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band», dos The Beatles, com o guitarrista a dizer que é “de longe o melhor álbum que o Rob Zombie já fez”. Nós, aqui deste lado, acreditamos que, seja ou não, o melhor, o Rob já não tem absolutamente nada a provar a ninguém. Em 2021, com 56 anos, é um homem que, graças ao sucesso surpreendente de uma banda nos anos 90, se viu a presenteado com a liberdade financeira para explorar todo e qualquer ímpeto criativo.

E, neste momento, essa vontade passa por fazer versões modernas de filmes para drive-in, viver com a sua musa e companheira de longa data numa quinta tranquila numa zona rural dos Estados Unidos e cantar temas com títulos como «Teenage Nosferatu Pussy» para os seus fãs dedicados – homens e mulheres, muitos dos quais já levam os seus próprios filhos aos concertos. Sim, é tudo tão em grande que até custa a perceber e, verdade seja dita, ele próprio parece ainda não ter compreendido bem como chegou tão longe.

Eu era apenas uma criança estúpida que achava que nunca faria nada na vida. Não consigo imaginar que tenha tido uma epifania sentado no meu quarto. ‘Eu serei o próximo seja o que for!’,” explicou a Posehn. “Eu era uma pessoa muito tímida e retraída. Não era nem um pouco extrovertido. A primeira vez que pisei um palco e toquei com uma banda foi no CBGBs, com os White Zombie. E não sei como não pensei que ia simplesmente subir ao palco e ficar ali, como um veado encadeado pelos faróis de um carro…

Não sei porque não pensei nisso, mas era algo que nunca tinha feito antes. E acho que há qualquer coisa – e, provavelmente, toda a gente diria isto, porque todos temos de nos tornar algo. É como se toda a nossa jornada estivesse a destruir a pessoa que éramos mas que não queríamos ser, para criar a pessoa que supostamente deveríamos ser. Tudo isto, parece uma viagem”.