Klaus Meine, o vocalista dos SCORPIONS, rejeita a sugestão de que a clássica balada do grupo «Wind Of Change» tenha sido escrita pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA). Lançado no álbum «Crazy World», em 1990, e disponibilizado como single no ano seguinte, o tema tornou-se na banda-sonora da dissolução da União Soviética. Maine e os seus companheiros de banda sempre disseram que a canção foi escrita depois de terem actuado no Moscow Music Peace Festival em 1989, mas recentemente surgiu uma teoria que aventa a hipótese do tema ter sido, afinal, escrito como peça de propaganda politica já na recta final da Guerra Fria. Essa teoria foi apresentada pela primeira vez num novo podcast também chamado Wind Of Change, que estreou no dia 11 de Maio. Produzido pela Crooked Media e pelos Pineapple Street Studios, o programa surge dividido em oito parte e é apresentado pelo jornalista nova-iorquino Patrick Radden Keefe, que disse ter iniciado a sua investigação depois de ouvir uma história em segunda mão contada por um amigo que trabalhava para a CIA — e que indiciava que a «Wind Of Change» tenha sido idealizada para incentivar mudanças na União Soviética.
Recentemente, numa entrevista ao “Trunk Nation” da SiriusXM, Klaus Meine foi abordado em relação ao boato. “No início deste ano, fiz uma entrevista. Acho que o nome no jornalista era Patrick Keefe“, começou por dizer o vocalista da famosa banda alemã em jeito de contextualização. “Ele veio de Nova Iorque até à Alemanha para falar comigo. E o Matthias [Jabs, guitarra] também foi entrevistado por telefone mais tarde, acho. Queria falar sobre o Moscow Music Peace Festival e sobre a «Wind Of Change», o propósito da entrevista era esse. Ele costumava escrever para a New Yorker e já fez uma série de outras coisas — é um tipo muito porreiro e muito simpático.” De seguinda Meine explicou que “a meio da entrevista, disse-me: ‘Klaus, já ouviste dizer que a «Wind Of Change» foi escrita pela CIA?’ E eu fartei-me de rir — literalmente. Respondi-lhe que estava a entrevistar um músico e não um espião. [risos] Foi uma situação bizarra, mas contou-me toda a história.”
“Esses tipos são profissionais e muito criativos, a forma como montaram o podcast faz com que pareça uma série da Netflix, mas na verdade é o que é. É um podcast, e muitas pessoas vão entrar na onda. É uma ideia fascinante e divertida, mas não é verdadeira.” Já em jeito de conclusão, o músico de 71 anos disse que, inicialmente, até pensava que Keefe estava na brincadeira. “Quando ele me contou sobre a CIA, percebi que estava a falar a sério e que tinha dedicado muito do seu tempo para chegar até aqui — ao ponto de fazer uma entrevista com o compositor da «Wind Of Change». É uma história muito divertida e muito louca, mas, como disse, não é verdade. Como americanos dizem, são fake news.” A série de podcasts que investiga a ligação da «Wind of Change» à CIA pode ser ouvida na íntegra via Spotify.
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