Sector da cultura exige 2,5% da “bazuca europeia”

Numa carta aberta endereçada ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro, António Costa, e à ministra da Cultura, Graça Fonseca, quatro associações ligadas à organização de espectáculos em Portugal exigem que pelo menos 2,5% da chamada “bazuca europeia” sejam entregues ao sector da cultura. Recorde-se que os estabelecimentos culturais do país estão encerrados enquanto vigorar o Estado de Emergência, de momento a vigorar até ao dia 1 de Março, e que, ao longo dos próximos sete anos, o governo receberá 45 mil milhões de euros, no âmbito da ajuda europeia para colmatar a crise causada pela Covid-19.

Entre os subscritores do texto, que pode ser visto na íntegra em baixo, estão a Associação Espectáculo, Agentes e Produtores Portugueses (AEAPP), Associação Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos (APEFE), a Associação Portuguesa de Festivais de Música (APORFEST) e a Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE). Lembrando que o sector é “fundamental na afirmação, liberdade e desenvolvimento de Portugal” e que o mesmo registou “uma quebra superior a 80%” no ano passado”, os agentes culturais em questão escrevem que “2,5% das verbas da bazuca europeia para a cultura é o mínimo que uma sociedade civilizada, moderna e democrática pode investir. 2,5% para a Cultura é o mínimo que esperamos de Vossas Excelências.

Sobre um sector que continua a ser dos mais afectados pela pandemia em curso, Álvaro Covões, da APEFE, já disse, em declarações a vários órgãos de comunicação social, que este novo confinamento se trata do agravar de uma tragédia. Trabalhamos num sector que não funciona em ‘take-away’, teletrabalho ou ‘delivery’”, disse Álvaro Covões, explicando que a cultura precisa de “uma bazuca” de apoios. “Tudo indica que a nossa quebra em 2020 foi de 80%. Apesar de se pensar que o sector cultural podia trabalhar, a verdade é que, desde Junho, os equipamentos culturais estão limitados a lotações de 50%Estamos a viver uma coisa sem precedentes no nosso sector“. Segundo números da APEFE, entre meados de Março e final de Abril do ano passado, foram cancelados, suspensos ou adiados cerca de 27 mil espectáculos.