Originalmente editado a 7 de Abril de 1989 pela Roadrunner Records, o terceiro álbum do quarteto então formado por Max Cavalera, Andreas Kisser, Paulo Jr. e Igor Cavalera foi lançado há precisamente 34 anos. O muito aplaudido sucessor do promissor «Schizophrenia», que tinha sido lançado dois anos antes e marcado o início da colaboração com o guitarrista Andreas Kisser, foi gravado entre os dias 15 e 28 de Dezembro de 1988 nos estúdios Nas Nuvens, em São Paulo, no Brasil, com o produtor norte-americano Scott Burns, engenheiro de som de eleição das bandas de death metal dos 90s, com quem voltariam a trabalhar no sucessor «Arise», dois anos depois. Para todos os efeitos foi, no entanto, o «Beneath The Remains» que fez com que a banda brasileira deixasse de ser apenas uma curiosidade obscura e exótica proveniente do terceiro mundo para se transformar numa das propostas mais entusiasmantes na arena internacional da música extrema.
Assim que a introdução acústica dá lugar à brutalidade violenta do tema-título, o ouvinte é impulsionado pela velocidade e intensidade de uma colecção de nove temas perfeitos, que terminam em apoteose com a descarga impiedosa de «Primitive Future». Pelo meio, os Sepultura servem os seus primeiros êxitos, «Inner Self» e «Stronger Than Hate», mas nunca comprometem a intensidade da descarga, com «Mass Hypnosis», «Sarcastic Existence» ou «Slaves of Pain» a afirmarem-se como verdadeiros petardos de inconformismo raivoso. Feitas as contas, mais de três décadas depois, o «Beneath The Remains» continua a ser um dos álbuns de death/thrash mais essenciais de todos os tempos.
