SEVENTH STORM + MOONSHADE @ Hard Club (Sala 2), Porto | 28.10.22 [reportagem]

Noite de chuva, mas a sala do Hard Club estava bem composta para receber os locais MOONSHADE, mostrando uma invulgar vontade para descobrir a banda suporte. Sobre os músicos, uma certeza face ao concerto há uns meses atrás no Laurus Nobilis. Com luz de palco, tudo resulta melhor e a banda apresenta ainda mais valor. Apresentar aos projectos nacionais numa sala decente, com bom som e com uma luz adequada aproxima-os de muitos nomes internacionais que nos visitam. Depois é procurar os discos e escutar as boas produções que por cá já se fazem. Os MOONSHADE, pese ainda estarem muito presos às influências, revelam-se um bom exemplo de algo que passa ao lado de muitos. No dia em que se celebravam quatro anos sobre a edição de «Sun Dethroned», como Ricardo fez questão de lembrar, o grupo apresentou um concerto muito bom, pese as condicionantes de serem “banda de abertura”, principalmente num palco que se revelou exíguo. Luís Dias mostrou estar à altura das exigências técnicas, ou não viesse de uma das melhores bandas emergentes no prog nacional. Ricardo é um frontman por excelência e o resto da banda sabe estar e acompanhar. Naturalmente baseado em «As We Set The Skies Ablaze», editado este ano, o concerto não deixou de revisitar o primeiro disco, através de temas como «Sun Dethroned» ou «Eventide». Quando executaram «Valley Of Dying Stars», foi algo estranho não ver em palco a vocalista que gravou a voz feminina do tema, já que esta estava na sala, mas depois a banda redimiu-se em «The Antagonist», convidando Sofia Beco para fazer umas linhas vocais. Executando esta faixa pela primeira vez em palco, o quinteto portuense encerrou a actuação.

Alinhamento MOONSHADE: «Epitaph», «Blood of the Titans», « Everlasting Horizons», »Sun Dethroned», «Artemis», «Eventide», «Valley of Dying Stars», «The Antagonist»

O público dos SEVENTH STORM é veterano, mas muito mostrou ter viajado bastantes quilómetros para ver a banda na sua segunda actuação. Claramente mereciam a sala principal e o palco era curto, com o backdrop a merecer mais exposição. Ouviu-se falar espanhol e percebeu-se haver público estrangeiro, sintoma de que já não se deixam ficar pelas fronteiras nacionais. De resto, bons músicos, mas foi o set possível para quem apenas possui um álbum, «Maledictus». Com nove faixas, sobra pouco espaço para a surpresa ou para antever que temas serão escolhidos. Como alguém gritou na plateia, logo antes de «Gods Of Babylon», “conhecemos as músicas todas”. Uma intro de baixo antes de «Inferno Rising», outro de guitarras entre «My Redemption» e «Seventh», trouxeram a “novidade”. Em jeito de encore, «Saudade», nas duas versões. Teria sido interessante uma cover, desde que não da banda que se pensa, ou um tema inédito. A cena nacional “ganhou” mais uns nomes de músicos a ter em conta e Rez conseguiu, finalmente, ter o protagonismo há muito merecido para o seu perfil e para o seu percurso musical. No resto, um concerto que serviu para celebrar um novo nome nacional e perceber o seu potencial. Mais público era desejável, mas há que reconhecer que a oferta pode ser em demasia por estes tempos. Quanto aos SEVENTH STORM, mostraram estar prontos para navegar noutros mares, resta avançarem.

Alinhamento SEVENTH STORM: «Pirate’s Curse», « The Reckoning», « Haunted Sea», « Sarpanit», «Gods of Babylon», «Inferno Rising», « My Redemption», « Seventh». Encore: Saudade (Inglês) + Saudade (Português)