Continuando a nossa série retrospectiva das melhores memórias que os escribas da LOUD! têm com os Slayer, eis que o Nelson Santos nos confessa a importância que o «Hell Awaits», editado em Março de 1985, teve na sua formação musical. Mesmo não sendo o seu favorito absoluto, foi a porta de entrada do Nelson (e de tantos outros, músicos incluídos…) para as sonoridades mais extremas. Não há porta mais deliciosamente escancarada que esta, realmente.
HELL AWAITS
[1985, Metal Blade]
Na altura, já tinha “descoberto” os Iron Maiden e os Metallica, mas há sempre alguém que nos mostra algo mais pesado, do género – anda cá ouvir isto! – como pré-aviso para novo cataclismo sónico prestes a acontecer na vida de um puto. Foi há já quase 30 anos, em casa do amigo Nuno que, durante o riff que explode ao tercero minuto de «Hell Awaits», tive aquela epifania que não me vai largar até ao túmulo, até que o inferno me aguarde: nunca tinha ouvido, até então, nada tão agressivo… tão infernal. E depois a «Kill Again». E a «Necrophiliac». Termos como death metal e black metal não eram ainda sequer géneros musicais, apenas títulos. Muito partiu desta perfeita malvadez em estado primitivo, mas já com enorme capacidade do quarteto clássico. Não é o meu álbum preferido dos Slayer, mas é o rastilho de toda uma era extrema que estava a despontar.
[N.S.]